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Com efeito do câmbio, capacidade de financiamento da economia tem queda
DA SUCURSAL DO RIO
A capacidade de financiamento da economia brasileira
recuou para R$ 6,6 bilhões no
primeiro semestre. Em igual
período de 2005, a capacidade
de financiamento havia chegado a R$ 13,1 bilhões. Ela representa a capacidade que o país
tem para emprestar recursos
para o resto do mundo.
Segundo o IBGE, o resultado
foi afetado pela queda no saldo
externo de bens e serviços. No
primeiro semestre do ano passado, o saldo externo somou R$
39,1 bilhões. Neste ano, o resultado foi de R$ 32,6 bilhões.
A análise da capacidade de financiamento no segundo trimestre também mostrou uma
perda de fôlego: ela somou R$
3,093 bilhões contra R$ 5,893
bilhões no primeiro semestre
de 2005. Trata-se do menor valor desde 2003.
O pagamento menor de juros
amenizou o impacto da redução do saldo do setor externo
de bens e serviços. "Estamos
enviando menos juros com a
redução do estoque da dívida
externa", afirmou Cláudia Dionísio, economista do IBGE. Somente no segundo trimestre, o
país teve uma redução de R$ 1,3
bilhão no pagamento de juros.
Segundo Guilherme Maia, da
consultoria Tendências, o país
pode voltar a ter necessidade
de financiamento no futuro, ou
seja, resultado negativo. "A capacidade de financiamento foi
fundamental nos últimos anos
para conferir ao país maior resistência em relação aos choques externos. Podemos voltar
a ter necessidade de financiamento, mas em condições melhores do que no passado, com
uma dívida menor", disse. Para
ele, a mudança permitirá ao
país aumentar sua produtividade por meio da compra de máquinas e equipamentos.
Para Alex Agostini, da Austin
Rating desde 2003 a queda na
capacidade de financiamento já
era esperada em razão do câmbio. "O número revela os ajustes dos últimos anos, existe risco de voltarmos a ter necessidade de financiamento, mas ele
ainda é pequeno", disse.
Apesar da piora na capacidade de financiamento, o país
conseguiu aumentar suas reservas internacionais. Somente
no segundo trimestre, as reservas registraram um aumento
de R$ 5,3 bilhões com aumento
das captações do governo e de
agentes privados e amortização
de dívidas.
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