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Indústria e varejo vêem alta nas vendas do Dia da Criança
Apesar dos recalls de brinquedos, grandes redes apostam em aumento acima de 20%
Abrinq, que reúne os fabricantes nacionais, aponta alta de 6%; impacto negativo foi sentido no comércio no mês passado
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
Apesar dos recalls da Mattel
e da Gulliver nas últimas semanas e das mudanças na forma
de fiscalização do setor, a indústria e o varejo esperam alta
nas vendas de brinquedos para
o Dia da Criança. Como os estoques são feitos com antecedência, não deve haver problemas
com a falta de produtos, nem
com os da Mattel, cuja importação de itens foi proibida pelo
governo federal em agosto.
A Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos) teve aumento de 6%
nas vendas em relação a 2006.
Cerca de 40% do faturamento
anual desse segmento da indústria se deve ao Dia da Criança.
O presidente da entidade,
Synésio Batista da Costa, afirmou que os recalls tiveram impacto negativo significativo nas
vendas de brinquedos nas três
primeiras semanas de agosto,
mas não revelou o percentual.
Fontes do setor chegam a mensurar uma queda de 20% a 30%,
segundo a Folha apurou. A indústria nacional responde por
70% das vendas do varejo e a
expectativa é que seja possível
abocanhar parte da fatia dos
itens importados no Natal.
Miguel Monteiro Diogo Jr.,
diretor de negócios da Abrimpex, que reúne 350 importadores e exportadores de brinquedos, confirma que "no Natal as
coisas vão complicar". "Acho
que será muito difícil conseguir
liberar todas as mercadorias",
disse, referindo-se à maior rigidez no controle dos produtos
que passam pela fronteira. Para
ele, isso pode dar brechas para
uma maior entrada de itens
contrabandeados no país.
As recentes quedas do dólar,
para um patamar próximo a
R$ 1,80, também só terão efeito
sobre os produtos no Natal.
Apesar disso, a M. Cassab, distribuidora da Lego no Brasil, já
prevê que os lançamentos da
marca estejam 10% mais baratos devido à valorização do real
diante da moeda americana.
Varejo
O Carrefour, que lidera o setor supermercadista no Brasil,
contabiliza que houve aumento
de 30% nas vendas de brinquedos em setembro e, para outubro, esse percentual ainda pode
ser superado. Dos cerca de
1.000 itens oferecidos, 350 estão com preços promocionais.
No grupo Pão de Açúcar, que
inclui a rede Extra, houve um
aumento de 20% nas encomendas para a data e a expectativa
de crescimento na venda de
brinquedos é de 28% na comparação com 2006. Já no Wal-Mart, a expectativa é de um incremento em torno de 20%.
Mas não são apenas os grandes varejistas que têm boas expectativas para a data. Com 76
lojas no país, a Ri Happy espera
vender 8% a mais. "Mesmo
após os recalls anunciados, que
tiveram impacto nas vendas de
agosto, nossas expectativas são
positivas. Foram recalls preventivos, não houve incidentes
com as crianças. Essa fase já está superada", diz Ricardo Sayon, diretor comercial da rede.
A Ri Happy preparou 300
lançamentos para comemorar
a data e investiu R$ 2 milhões
em mídia. "A previsão é que cada consumidor gaste em média
R$ 70." O valor vem aumentando nos últimos dois anos, afirma, em razão da melhora na
renda e das mudanças de tecnologia, responsáveis por agregar mais valor aos brinquedos.
Nas 39 lojas da PBKids Brinquedos, o diretor comercial
Celso Pilnik espera vendas
12,5% maiores. Para ele, os recalls, mesmo referentes a produtos de marcas reconhecidas
no mercado, vão fazer com que
os consumidores tomem ainda
mais cuidado na hora da compra, evitando os itens piratas, já
que não há a quem recorrer em
caso de problema.
A coordenadora institucional da Pro Teste (Associação
Brasileira de Defesa do Consumidor), Maria Inês Dolci, aconselha que os presentes sejam
comprados de acordo com a faixa etária e, além disso, sejam
observados os riscos que podem trazer para as crianças, como peças que podem se soltar,
por exemplo. "Cabe aos pais terem essa atenção e acompanharem a brincadeira", avalia.
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