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BCs agem para conter risco de liquidez
Autoridades monetárias e agências reguladoras endossam documento que contém regras para gestão mais segura de risco em bancos
Comitê de Basiléia de Supervisão Bancária já havia avançado mais para
conter riscos operacional,
de crédito e de mercado
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Supervisores de bancos centrais e agências reguladoras endossaram na semana passada
um documento do Comitê da
Basiléia de Supervisão Bancária que contém regras para uma
gestão mais segura do risco de
liquidez dos bancos. O endurecimento de normas para esse
tipo de risco tornou-se ainda
mais relevante em razão da redução de liquidez internacional, empoçada com a crise financeira norte-americana.
Supervisores bancários encerraram na quinta-feira passada uma conferência em Bruxelas, em que aprovaram a versão final do documento "Princípios para uma Segura Administração do Risco de Liquidez". O documento se limita a
tratar do risco de liquidez de
bancos, segundo os analistas
Luis Miguel Santacreu, da Austin Ratings, e Alexandre Chaia.
Os princípios estabelecidos
sublinham a necessidade de
mensuração e de gestão robusta de riscos de liquidez, segundo o Comitê da Basiléia.
"Esses princípios vêm um
pouco tarde em se tratando de
um risco tão elementar e crucial, que não foi contemplado
no novo Acordo de Basiléia 2",
afirma Santacreu. O Acordo de
Basiléia 2, em discussão há
anos, ainda não entrou em vigência.
O Comitê de Basiléia já havia
editado princípios relativos aos
riscos operacional, de crédito e
de mercado.
O Banco Central do Brasil
vem se adaptando a essas práticas e divulgando resoluções de
acordo com normas internacionais, segundo analistas.
Como havia abundância de
recursos até meados do ano
passado, o risco de liquidez foi
relegado a segundo plano.
A crise nos Estados Unidos, e
a conseqüente quebra de bancos de investimento, enfatizou
a necessidade de medidas preventivas com relação a esse tipo
de risco e de melhor comunicação entre bancos centrais, dada
a velocidade dos fluxos de recursos entre as fronteiras e de
contágio entre os mercados.
No momento em que muitos
reclamam um aumento de regulamentação, os reguladores
internacionais procuram traçar normas para levar os bancos a alocar mais capital para se
prevenir contra problemas de
liquidez.
"O Banco Central do Brasil já
lançou essa iniciativa de política de liquidez e tem monitorado desde março os bancos nesse aspecto", diz Santacreu.
O presidente do Comitê da
Basiléia e do banco central da
Holanda, Nout Wellink, disse
ao término da conferência que
os novos princípios de liquidez
devem ajudar a promover uma
melhor gestão de riscos nessa
área chave.
Para Wellink, isso só será alcançado se houver uma implementação robusta e em tempo
hábil pelos bancos.
O presidente do Comitê da
Basiléia anunciou que coordenará um rigoroso acompanhamento para assegurar a adesão
de bancos aos princípios do documento.
O texto aprovado discute ainda a revelação pública de informações que possibilitem a participantes do mercado julgar a
solidez da gestão de risco de liquidez de um banco. O papel de
de supervisores também é destacado, incluindo a responsabilidade de intervir para requerer
efetiva e oportuna ação para resolver deficiências de liquidez.
Os BCs trocam informações
de forma ainda tímida e pontual, segundo analistas.
"Falta entre os BCs uma troca de informações sem orgulhos relativos a soberanias nacionais. É preciso pensar em
uma supervisão bancária global
que cubra o risco de liquidez
mundial", disse Santacreu.
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