DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No dia 9 de dezembro, os presidentes dos países sul-americanos se reúnem no Peru para anunciar a criação da Comunidade Sul-americana de Nações. O objetivo é ter uma unidade política na região e aprofundar a integração comercial e física.
"Todos os países aceitaram constituir a Comunidade Sul-americana de Nações", afirmou o presidente do Conselho de Representantes Permanentes do Mercosul, Eduardo Duhalde, após se encontrar com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim.
Duhalde disse que a meta do acordo vai além de uma zona de livre comércio. "Em 10 ou 12 anos, temos de ter tarifas externas comuns em todos os países sul-americanos", afirmou o ex-presidente argentino.
Tarifas externas comuns são uma das condições para a criação de uma união aduaneira, que prevê a coordenação da política externa comercial.
Segundo Duhalde, "no dia 9 de dezembro anunciaremos ao mundo que concretizamos uma zona de livre comércio em toda a América do Sul".
Recentemente, o Mercosul concluiu as negociações com os países da CAN (Comunidade de Países Andinos), que congrega Peru, Equador, Venezuela, Bolívia e Colômbia. O Mercosul já tinha acordos com o Chile e a Bolívia.
Com esses acordos, só dois países não estão incluídos na zona de livre comércio da América do Sul: Suriname e Guiana.
"A América do Sul é uma grande nação de repúblicas independentes e precisava constituir uma unidade política e avançar sobre a integração energética, financeira e ter uma grande interconexão física", disse Duhalde.
O encontro no Peru, que deverá ser em Cuzco, será o segundo que reunirá todos os presidentes da América do Sul. O primeiro foi organizado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), em Brasília, há cerca de quatro anos. (ANDRÉ SOLIANI)


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