São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2004

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EXUBERÂNCIA NACIONAL

Resultado até setembro é o maior para o período em 16 anos, diz estudo; no 3º trimestre, foram R$ 752,3 mi

Bradesco já acumula lucro recorde de R$ 2 bi

IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE

O Bradesco registrou lucro líquido de R$ 2,002 bilhões nos primeiros nove meses deste ano, volume 25,8% superior ao verificado de janeiro a setembro de 2003. Trata-se do maior resultado do banco para o período em valores absolutos.
Dados da Economática mostram que, deflacionado pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o resultado é o maior para o período dos últimos 16 anos -de 1989 até 2004. Somente no terceiro trimestre, o lucro do banco alcançou R$ 752,3 milhões, também o melhor desempenho para o trimestre em 16 anos, de acordo com a Economática.
Segundo o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, três fatores influenciaram positivamente o desempenho do banco: crescimento das receitas de serviços, expansão da carteira de crédito e redução nas despesas com provisões para devedores duvidosos.
As receitas de prestação de serviços -incluindo ganhos com tarifas- somaram R$ 4,149 bilhões, uma expansão de 26,4% em relação a setembro do ano passado. Segundo Cypriano, esse crescimento reflete o aumento na base de clientes e das operações bancárias. Mas o juro alto também colabora com o aumento das receitas.
A carteira de crédito do Bradesco registrou expansão de 13,6% de janeiro a setembro, em comparação ao mesmo período de 2003, e totalizou R$ 60 bilhões.
O crescimento da carteira, segundo Cypriano, foi impulsionado principalmente pelo aumento de empréstimos para micro, pequenas e médias empresas, além de pessoas físicas.
O executivo destaca que, no acumulado deste ano, os empréstimos para empresas de pequeno porte cresceram 23,5%, enquanto para as grandes caiu 3%. Entre as pessoas físicas, houve expansão de 20% nos empréstimos.
Com a queda na busca por empréstimos bancários entre as grandes empresas, Cypriano reduziu sua previsão de expansão para a carteira deste ano, de 25% para algo entre 20% e 22%.
Outro fator que contribuiu com o lucro robusto registrado pelo banco até setembro foi a redução de R$ 445 milhões nas despesas com provisões para devedores duvidosos, de R$ 1,998 bilhão para R$ 1,553 bilhão.
Houve diminuição também no índice de inadimplência para créditos de maior risco, de 5,5% para 4,2% no período.
"A queda na inadimplência ocorreu basicamente devido à maturidade na concessão de crédito", disse Cypriano.
Ao final de setembro, os ativos totais de grupo somavam R$ 179,7 bilhões, 9,3% superior a igual época do ano anterior. O patrimônio líquido cresceu mais de 13% no mesmo período, atingindo R$ 14,7 bilhões.
Na avaliação de Gustavo Alcântara, analista do banco Prosper, o resultado do Bradesco no terceiro trimestre superou as expectativas. Ele esperava lucro em torno de R$ 670 milhões de julho a setembro.
"O juro alto por mais tempo do que se imaginava é positivo para o setor", afirmou.


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