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Siderurgia pede proteção contra aço da China
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ilafa (Instituto Latino-Americano de Ferro e Aço)
lançou ontem, após um encontro em Cancún, no México, um alerta ao continente
para o risco de uma invasão
de produtos siderúrgicos
chineses como efeito da crise
econômica mundial.
O comunicado, apoiado
pelo IBS (Instituto Brasileiro
de Siderurgia), pede que todas as organizações da indústria siderúrgica latino-americana pressione os governos locais para adoção de
medidas protecionistas contra a China -país que hoje
detém 38% da capacidade de
produção de aço no mundo.
"Ante a gravidade da crise,
a siderurgia latino-americana solicita aos governos, em
caráter de urgência, a implementação das políticas necessárias para minimizar o
impacto dessa crise no setor
e agilizar os mecanismos de
defesa dos mercados domésticos", recomendou em nota.
Segundo Marco Polo de
Mello Lopes, vice-presidente
executivo do IBS, o Brasil já
se tornou destino da indústria chinesa. A importação de
produtos siderúrgicos cresceu 25% neste ano e, no caso
de produtos da cadeia metal-mecânica, a expansão foi de
69%. O Ilafa diz que, enquanto a exportação de produtos
siderúrgicos para o resto do
mundo caiu 9%, para a América Latina cresceu 23%.
"O Brasil tem uma situação particular, possui um
mercado interno. A situação
nos preocupa à medida que a
China, ao ingressar na América Latina, desloca o Brasil
desse mercado", explicou.
Segundo o IBS, o Brasil ainda
tem uma lista de 10 produtos
siderúrgicos com alíquota
zero de importação. Lopes
diz que, diante de uma crise,
o país mantém uma "postura
ingênua".
(AGNALDO BRITO)
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