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"Três Grandes" montadoras dos EUA miram mercado brasileiro
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As vendas de veículos nos
EUA já vêm caído há algum
tempo, com o consumidor fugindo do que lá é tradicionalmente oferecido: consumo elevado de combustível em picapes e utilitários esportivos de
descabidas proporções. A crise
mundial piorou o cenário, e as
montadoras vêem os mercados
emergentes como saída.
"Estamos vivendo tempos
interessantes nos EUA, com o
preço dos combustíveis subindo e a oferta de crédito caindo",
disse Deborah Meyer, vice-presidente mundial de marketing
da Chrysler. "Estamos focados
nos carros certos para os mercados certos."
Prevendo vender 50 mil carros nas Américas Central e do
Sul neste ano -pouco mais de
10% no Brasil-, Meyer sublinha a importância de mercados
como o russo, o mexicano e o
britânico, mas diz que o Brasil
se destaca pelo ritmo com que
cresce. "O fato de lançarmos o
Trazo no Salão de São Paulo
mostra essa importância."
Esses "tempos interessantes" incluem o novo modelo de
negócios da Chrysler, formando parcerias com marcas como
Hyundai, Nissan, Volkswagen e
Mitsubishi. A vice-presidente
adianta que a Chrysler estuda
outras parcerias. Ela evita, porém, fazer previsões sobre a
possível fusão com a GM: "Tudo ainda é especulação".
David Schoch, responsável
pela Ford nos mercados americanos com exceção dos EUA,
diz que a Ford reaplica o que
ganha na América do Sul na
própria região -no primeiro
semestre de 2008, foram recebidos US$ 640 milhões.
"Estamos comprometidos
com o Brasil, vamos continuar
investindo aqui. Acreditamos
no crescimento da economia",
diz ele, que prevê que o próximo presidente americano "terá
um desafio tremendo para consertar a economia".
Para Jaime Ardila, presidente da General Motors do Brasil
e do Mercosul, a crise americana faz com que as montadoras
invistam em produtos nos países emergentes. No ano que
vem, a empresa começa a fazer
um novo carro em Rosario (Argentina) e em São José dos
Campos (SP).
Desaquecimento
Apesar do destaque dado ao
Brasil, a projeção considerada
"otimista" para 2009 aponta
para um crescimento das vendas entre 3% e 5%. Neste ano,
até setembro, houve incremento de 26,8% em comparação
com o mesmo período do ano
passado.
Em um cenário conservador,
a GM prevê que o mercado interno absorverá 3 milhões de
unidades no ano que vem.
Já a PSA Peugeot Citroën leva em conta a hipótese de que o
mercado possa vir a cair até
dois dígitos. "Isso pode acontecer? Não é uma pergunta irrealista", disse o presidente do
grupo, Vincent Rambaud, ontem seminário em SP.
O presidente da Volkswagen
no Brasil, Thomas Schmall
conta com os "fundamentos
macroeconômicos" do país para que não haja uma queda
brusca no mercado. "Há um
carro para cada oito habitantes;
no México, é um para cinco".
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