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FHC tenta a "flexibilização" desde o 1º mandato
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Desde o primeiro mandato do
presidente FHC, o governo tenta
flexibilizar a legislação trabalhista
para que as negociações coletivas
prevaleçam. Sempre argumentou
que com isso os sindicatos ganhariam mais força.
"Cabe ao trabalhador e ao empresário decidir o que é ideal na
relação entre a remuneração e o
emprego", disse, em abril de 98,
Edward Amadeo, recém-empossado ministro do Trabalho.
Especialista na área de trabalho
e professor da PUC no Rio de Janeiro, Amadeo defendia a mudança da Constituição para modernizar a legislação trabalhista.
Para ele, os direitos trabalhistas
garantidos constitucionalmente
deveriam ser itens de negociação.
A proposta era flexibilizar o artigo 7º, que trata dos direitos dos
trabalhadores - entre eles férias,
13º, FGTS e licença-maternidade.
A proposta de alteração não foi
em frente. Não houve tempo e espaço para tanta polêmica. Amadeo elegera os controversos fim
da unicidade sindical e redução
do poder normativo da Justiça do
Trabalho como os primeiros pontos a serem reformados.
Em novembro de 98, o governo
enviou ao Congresso proposta de
emenda constitucional para fazer
as mudanças. Dois meses depois,
no início do novo mandato de
FHC, Amadeo perdeu o posto para Francisco Dornelles e, depois,
as propostas foram retiradas.
Dornelles comprou a disputa
pela mudança do artigo 7º. O especialista em trabalho e professor
José Pastore se tornou um consultor informal do ministro na defesa da flexibilização dos direitos.
Já na gestão de Amadeo, Pastore
pregava a modificação do texto
constitucional. Ontem, esteve no
Congresso explicando aos deputados o projeto do governo.
Apesar da insistência de Dornelles pela mudança constitucional,
a reação contrária das centrais
sindicais à mudança e a repercussão na opinião pública fizeram o
ministro anunciar no final do ano
passado uma trégua.
O governo desistia de alterar o
artigo da Carta, mas adiantava
que a flexibilização viria de forma
mais suave. Em agosto deste ano,
o projeto ficou pronto.
Dornelles ensaiou um debate
sobre o tema com as centrais e,
em outubro, o projeto de lei que
altera a CLT foi enviado ao Congresso com pedido de urgência.
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