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ESTADO ACIONISTA
Reunião antes do Natal definirá valor a partir do qual toda operação do banco será submetida ao ministro
Furlan quer mais poder ao conselho do BNDES
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, cobrou
explicações do presidente do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, na reunião do
conselho de administração do
banco, na quinta-feira, pelo fato
de não ter sido informado da operação de compra de 8,5% da Valepar, a holding que controla a Vale
do Rio Doce, por R$ 1,5 bilhão.
Segundo a Folha apurou, Furlan queixou-se de Lessa por ele ter
tomado a decisão sem consultá-lo. Ao pedir explicações sobre o
negócio, Furlan alegou que, como
presidente do conselho de administração do BNDES, deveria ser
informado das grandes operações, antes de o martelo ser batido. O conselho do BNDES decidiu, então, que será marcada uma
nova reunião, provavelmente antes do Natal, para definir um valor
de alçada, a partir do qual toda
operação, antes de ser fechada, terá de ser submetida ao presidente
do conselho do banco.
A grande maioria dos membros
do conselho manifestou apoio a
Lessa. Pelo menos dois conselheiros saíram em defesa de Lessa e
argumentaram que, como o conselho ainda não tinha definido
um valor de alçada, Lessa não tinha obrigação de informar a Furlan as operações que realiza.
Ontem, ao discursar no Rio, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva também defendeu Lessa. "Eu
me lembro de uma conversa que
tive com meu companheiro Lessa
no início do governo. Ele me relatava a situação do BNDES naquele instante, e disse ao companheiro Lessa: "Nós vamos sair dessa
reunião vendendo otimismo".
Nós vamos dizer que o BNDES
não tem nenhum penduricalho,
que está tudo maravilhoso."
A longa explicação dada por
Lessa para justificar as razões que
levaram o BNDES a comprar
8,5% da Valepar também satisfez
ao conselho. O próprio Furlan
disse que não é interesse do governo deixar que empresas como
a Vale do Rio Doce corram o risco
de serem desnacionalizadas.
Outro tema discutido na reunião foi a capitalização do
BNDES. Furlan disse que o assunto estava sendo conduzido por ele
e pelo Ministério da Fazenda. Ontem, o titular da pasta, Antonio
Palocci Filho, disse que a capitalização será uma combinação de
"quatro ou cinco medidas".
Colaborou a Sucursal do Rio
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