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São Paulo, sábado, 29 de novembro de 2003

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ESTADO ACIONISTA

Reunião antes do Natal definirá valor a partir do qual toda operação do banco será submetida ao ministro

Furlan quer mais poder ao conselho do BNDES

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, cobrou explicações do presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, na reunião do conselho de administração do banco, na quinta-feira, pelo fato de não ter sido informado da operação de compra de 8,5% da Valepar, a holding que controla a Vale do Rio Doce, por R$ 1,5 bilhão.
Segundo a Folha apurou, Furlan queixou-se de Lessa por ele ter tomado a decisão sem consultá-lo. Ao pedir explicações sobre o negócio, Furlan alegou que, como presidente do conselho de administração do BNDES, deveria ser informado das grandes operações, antes de o martelo ser batido. O conselho do BNDES decidiu, então, que será marcada uma nova reunião, provavelmente antes do Natal, para definir um valor de alçada, a partir do qual toda operação, antes de ser fechada, terá de ser submetida ao presidente do conselho do banco.
A grande maioria dos membros do conselho manifestou apoio a Lessa. Pelo menos dois conselheiros saíram em defesa de Lessa e argumentaram que, como o conselho ainda não tinha definido um valor de alçada, Lessa não tinha obrigação de informar a Furlan as operações que realiza.
Ontem, ao discursar no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também defendeu Lessa. "Eu me lembro de uma conversa que tive com meu companheiro Lessa no início do governo. Ele me relatava a situação do BNDES naquele instante, e disse ao companheiro Lessa: "Nós vamos sair dessa reunião vendendo otimismo". Nós vamos dizer que o BNDES não tem nenhum penduricalho, que está tudo maravilhoso."
A longa explicação dada por Lessa para justificar as razões que levaram o BNDES a comprar 8,5% da Valepar também satisfez ao conselho. O próprio Furlan disse que não é interesse do governo deixar que empresas como a Vale do Rio Doce corram o risco de serem desnacionalizadas.
Outro tema discutido na reunião foi a capitalização do BNDES. Furlan disse que o assunto estava sendo conduzido por ele e pelo Ministério da Fazenda. Ontem, o titular da pasta, Antonio Palocci Filho, disse que a capitalização será uma combinação de "quatro ou cinco medidas".


Colaborou a Sucursal do Rio


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