São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 2006

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Dilma estima investimentos de R$ 56 bi para transportes no segundo mandato

ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao participar ontem de seminário promovido pelo TCU (Tribunal de Contas da União) sobre perspectivas na área de transportes, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, estimou investimentos da ordem de R$ 55,6 bilhões para o setor nos próximos quatro anos. O cálculo inclui recursos do Orçamento da União e do setor privado.
"Nas obras de expansão das rodovias que não têm mercado, a maioria dos investimentos seria com recursos públicos. Em quatro anos, R$ 12 bilhões", disse. "Agora, nas ferrovias, a parte maior [dos investimento] é privada", explicou.
Conforme dados disponíveis no Siafi (sistema informatizado com dados das contas do governo federal), os investimentos totais, que incluem todas as áreas, e não só infra-estrutura, nos três primeiros anos do governo Lula somaram R$ 24 bilhões. Se forem gastos dos R$ 12 bilhões previstos para este ano, chegarão a R$ 36 bilhões.
Dilma expôs os dados durante palestra que serviu para abrir o seminário no TCU. Antes de começar a falar sobre os investimentos do atual governo, a ministra fez críticas ao governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). "O planejamento vinha sendo desmontado desde 1997. Essa é a pura realidade", disse. "Nós [do atual do governo] é que voltamos a planejar a longo prazo. Bom projeto implica bom planejamento."
Sobre investimentos nos próximos quatro anos, a ministra estimou gastos de R$ 2 bilhões para a recuperação das atuais rodovias. Outros R$ 2 bilhões serviriam para recuperar ferrovias e mais R$ 2,45 bilhões para obras em portos.
Para obras de expansão, além dos R$ 12 bilhões para a malha viária, seriam necessários outros R$ 12 bilhões também para a malha ferroviária. Para a expansão de portos, o montante estimado é de R$ 5 bilhões.
Dilma disse que os dados apresentados por ela servem para planejamento estratégico. Afirmou ainda que o governo está estudando a elaboração de uma lista de obras prioritárias.
Questionada se o aumento de investimentos em infra-estrutura vai reduzir a meta de superávit primário, hoje de 4,25% do PIB, disse que a possibilidade sempre existiu e que "pode ser feita a qualquer momento". Negociado com o FMI, o PPI (Programa Piloto de Investimento) prevê que tais despesas possam ser abatidas da meta de superávit primário.


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