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Serra prorroga por um mês pagamento de 50% do ICMS
Metade do tributo referente a dezembro, a ser pago em janeiro, ficará para fevereiro
Cerca de R$ 2 bi ficarão na economia por mais um mês, segundo o governo; medida servirá para ativar economia e manter o nível de emprego
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), anunciou
ontem que irá prorrogar por
um mês o pagamento de 50%
do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) referente a dezembro.
Com isso, as empresas que pagariam o imposto estadual em
janeiro de 2009 ficarão mais 30
dias com os recursos em caixa
para capital de giro.
Segundo Serra, a medida é
uma forma de manter a economia aquecida. "Isso representa
R$ 2 bilhões que ficarão na economia por mais um mês a partir das vendas do fim do ano.
Servirá para ativar a economia
e manter o nível de emprego."
A arrecadação tributária total do Estado deverá chegar a
R$ 89 bilhões até o fim deste
ano, sendo que a maior parte é
referente ao ICMS. Desse montante, R$ 2,03 bilhões foram arrecadados, de março a setembro, por meio da cobrança antecipada de ICMS -a chamada
substituição tributária. Esse
valor era sonegado, segundo
disse na semana passada à Folha o secretário estadual da Fazenda, Mauro Ricardo Costa.
Como os R$ 2,03 bilhões passaram a ser recolhidos, o governo pôde abrir mão do mesmo
valor por meio da prorrogação
do pagamento do ICMS devido
pelas empresas referente a dezembro, um dos meses de
maior volume de vendas.
Além de postergar o pagamento do ICMS, Serra disse estar aguardando "com otimismo" a decisão do Comitê Gestor do Simples Nacional de
prorrogar por 60 dias o recolhimento do Supersimples.
Na semana passada, Serra se
reuniu no Planalto com o presidente Lula e com o ministro
Guido Mantega (Fazenda) para
discutir a venda da Nossa Caixa
para o Banco do Brasil e a prorrogação do Supersimples. Apesar de ser defendida pelos governos federal e de São Paulo,
Estados do Nordeste não concordam com a medida.
Jogando a favor
Ontem, Serra voltou a Brasília para conversar com Lula. Ficaram reunidos por cerca de
uma hora. Segundo o governador, foi uma visita para "trocar
idéias". Ele deixou o gabinete
presidencial defendendo a reforma tributária e elogiou as
medidas do Planalto para combater a crise internacional.
"Estamos trabalhando juntos para manter a atividade
econômica para cima, porque
hoje a pior coisa que pode acontecer é criar um círculo vicioso
de retração da economia", enfatizou. O governador disse
ainda que não é o momento de
jogar contra o governo e fazer
oposição na linha do "quando
pior, melhor."
"No momento, a gente tem
de somar forças. [A crise] interessa a todo mundo: governo
federal, oposição, governos estaduais e municípios. Estamos
jogando na base da cooperação.
Nada do quanto pior, melhor."
Crítico dos principais pontos
da reforma tributária em negociação no Congresso, Serra negou que seja resistente à proposta e disse que sua posição virou "uma falsa polêmica".
Apesar de seus interlocutores na Câmara fazerem campanha para impedir a unificação
das alíquotas do ICMS e a cobrança do imposto no destino,
o governador paulista optou
por um discurso diplomático.
"Não há ninguém neste país
que defenda mais a reforma tributária do que eu. O problema
são os detalhes. Minha preocupação não é regional, é nacional. Reforma tributária é uma
coisa muito delicada, pela complexidade que envolve, pela dificuldade jurídica que envolve
porque, às vezes, o diabo reside
nos detalhes", disse Serra.
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