São Paulo, quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BEBIDAS

Executivos vindos da AmBev ocupam cargos altos

Com entrada de Brito no comando, brasileiros tomam a frente na InBev

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A entrada de Carlos Brito, 45, no comando da InBev, empresa resultado da união de Interbrew e AmBev, é um dos sinais do maior peso dado aos brasileiros no futuro da segunda maior cervejaria do mundo em vendas. O anúncio oficial do novo cargo do executivo foi feito na terça-feira.
Sistemático e disciplinado, Brito, 45, vai integrar a partir da segunda semana de janeiro uma equipe de cerca de 30 brasileiros já empregados no escritório-sede da Inbev. Também a partir de janeiro, Miguel Patrício, ex-diretor de marketing da AmBev, assumirá o cargo de CEO da Bélgica, que inclui Luxemburgo. Tem mais: o EBM (Executive Board Management) da InBev, que conta com cinco brasileiros, "aumentou a sua função de mediador [algo] consistente com a meta da InBev de alcançar maior eficiência por meio de uma maior disciplina financeira e de custos", informa o comando da cervejaria belga em seu último relatório financeiro.
No EBM estão os brasileiros: Carlos Brito, CEO da InBev, Luiz Fernando Edmond, presidente da zona latino-americana, Felipe Dutra, principal executivo de finanças da InBev, Cláudio Garcia, vice-presidente de Tecnologia da Informação e Serviços Compartilhados, e Juan Vergara, vice-presidente de Suprimentos da InBev.
A atuação dos executivos brasileiros numa AmBev com Ebitda (geração de caixa) e margem de lucro em crescimento "casa" com o cenário de reestruturação de gastos do grupo. Comunicado do grupo em 14 de dezembro informava que a InBev na França deve cortar 303 empregados e que outros 184 seriam redistribuídos. Na empresa na Bélgica, foi anunciado em novembro que 232 pessoas seriam demitidas, ou 8% do total.
Especialistas questionavam ontem na mídia a possibilidade de essa "integração dar novas cores" a um setor classificado como "envelhecido", segundo o jornal econômico belga "L'Echo".
A crise de demanda enfrentada pelo setor em diversos países somado ao fato de existir uma concorrência mais feroz no mundo hoje exigiriam das empresas uma ginástica financeira maior.
A InBev registrou até setembro vendas de 8,4 bilhões (R$ 22,6 bilhões) e a concorrente Anheuser-Busch, de US$ 11,6 bilhões (R$ 27,2 bilhões).


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Fundos de pensão: Escolha de tributação do IR sobre previdência privada termina hoje
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.