São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2005

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Setor tem déficit de US$ 200 mi, apesar da expansão

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da expansão das exportações, a indústria do plástico ainda tem uma balança comercial deficitária. Em 2004, a estimativa é de um déficit entre US$ 180 milhões a US$ 200 milhões, segundo Francisco Salazar, da Abiplast. Enquanto as exportações cresciam 22%, no ano passado, as importações do setor expandiram 30% em relação ao ano anterior.
"O forte crescimento das exportações da indústria automobilística pressionou a importação de autopeças. O setor tem muito componente importado via "draw-back'", diz Salazar. O sistema de "draw-back" consiste na suspensão ou até isenção do Imposto de Importação para componentes de mercadorias que são posteriormente exportadas.
O déficit comercial do setor vem caindo desde 2002, quando atingiu US$ 377 milhões. O objetivo do Export Plastic é inverter o quadro atual chegando a um superávit de US$ 1 bilhão em dez anos.
Toda a cadeia petroquímica importa mais do que exporta, acumulando mais de US$ 1 bilhão de déficit na sua balança comercial. "Outro objetivo do programa é criar mecanismos para ter uma indústria petroquímica sólida", diz Wagner Delarovera Pinto, gerente executivo do programa.
Para o empresário Ricardo Vívolo, dono da Embrasa, fabricante de sacaria para embalagem, de Sumaré (SP), o esforço do setor petroquímico para tornar mais competitiva a indústria do plástico está sendo afetado pela valorização do real. "Quando começamos o programa, o dólar estava por volta dos R$ 3, agora está em R$ 2,70. Isso encarece nossos produtos lá fora", diz ele.
Segundo ele, as empresas que participam do Export Plastic têm um desconto em torno de 10% na compra de matérias primas no mercado local. "É um esforço de todos para aumentar a competitividade dos produtos brasileiros", diz. No entanto, o câmbio valorizado vem reduzindo essa vantagem. "Para sermos competitivos, seria preciso um desconto de 18% no preço da matéria prima ou o dólar voltar a R$ 3", diz.

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