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Mantega diz que país "não precisa e não tem condições" de crescer 10% ao ano
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, propôs ontem ao
ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, a criação de
um grupo técnico regular para
discutir a implantação de Parcerias Público-Privadas.
Mantega, em visita a Londres
para apresentar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) a investidores e políticos, discutiu com Brown o modelo britânico de PPPs, que serve de inspiração para o do Brasil, e acertou a visita de técnicos
do Reino Unido ao país.
O ministro também reafirmou sua convicção em atingir
as metas de crescimento estabelecidas pelo PAC e destacou
que um salto no desenvolvimento de 3% para 10% seria
"drástico e desnecessário".
"Já alcançamos um crescimento de 3%, não precisamos
crescer a 10%, e nem temos
condições. Só países que têm
desigualdades internas mais
profundas podem aspirar a essa
taxa de crescimento."
Segundo Mantega, o Brasil
precisa de uma aceleração
"moderada, sob controle". "Um
ritmo [de crescimento] que seja
mais ou menos o dobro do que
o país tem tido é suficiente."
Brown e Mantega também
discutiram os mecanismos de
aumento do investimento público via redução do superávit
primário, medida lançada pelos
trabalhistas britânicos e adotada agora pelo governo brasileiro no PAC. "O Reino Unido foi
precursor em mostrar que o investimento do Estado pode ser
algo que estimule o desenvolvimento. Estávamos todos seguindo o Consenso de Washington, que desaconselhava o
investimento público, e agora o
reintroduzimos, numa escala
moderada", disse Mantega.
Mantega também discursou
no Banco da Inglaterra, onde
afirmou que o Ministério do
Meio Ambiente dará até o próximo mês a licença ambiental
que falta para iniciar a licitação
de usinas no rio Madeira.
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