São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 2007

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Mantega diz que país "não precisa e não tem condições" de crescer 10% ao ano

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, propôs ontem ao ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, a criação de um grupo técnico regular para discutir a implantação de Parcerias Público-Privadas.
Mantega, em visita a Londres para apresentar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) a investidores e políticos, discutiu com Brown o modelo britânico de PPPs, que serve de inspiração para o do Brasil, e acertou a visita de técnicos do Reino Unido ao país.
O ministro também reafirmou sua convicção em atingir as metas de crescimento estabelecidas pelo PAC e destacou que um salto no desenvolvimento de 3% para 10% seria "drástico e desnecessário".
"Já alcançamos um crescimento de 3%, não precisamos crescer a 10%, e nem temos condições. Só países que têm desigualdades internas mais profundas podem aspirar a essa taxa de crescimento."
Segundo Mantega, o Brasil precisa de uma aceleração "moderada, sob controle". "Um ritmo [de crescimento] que seja mais ou menos o dobro do que o país tem tido é suficiente."
Brown e Mantega também discutiram os mecanismos de aumento do investimento público via redução do superávit primário, medida lançada pelos trabalhistas britânicos e adotada agora pelo governo brasileiro no PAC. "O Reino Unido foi precursor em mostrar que o investimento do Estado pode ser algo que estimule o desenvolvimento. Estávamos todos seguindo o Consenso de Washington, que desaconselhava o investimento público, e agora o reintroduzimos, numa escala moderada", disse Mantega.
Mantega também discursou no Banco da Inglaterra, onde afirmou que o Ministério do Meio Ambiente dará até o próximo mês a licença ambiental que falta para iniciar a licitação de usinas no rio Madeira.


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