DA REDAÇÃO

A ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, aumentou as pressões sobre Daniel Bouton, o principal executivo do Société Générale. Em entrevista a um canal de TV, ela disse que o banco, que acusa um de seus corretores de fraude de 4,9 bilhões, está em "crise" e que o seu conselho deve analisar "se a pessoa encarregada é a mais qualificada para conduzir o navio quando ele está balançando ou se deve trocar de capitão".
Horas depois, em depoimento no Senado francês, Lagarde diminuiu um pouco o tom das suas críticas. Ela disse não estar convencida de que a instituição precisa "trocar o capitão" e que a decisão cabe ao conselho do banco, e não ao governo.
O conselho do Société Générale deve voltar a se reunir hoje. Na semana passada, ele recusou o pedido de renúncia de Bouton.
A pressão pela renúncia de Bouton deve crescer ainda mais depois que o órgão regulador dos mercados franceses disse ontem que o americano Robert Day, que é membro do conselho do banco desde 2002, vendeu 45 milhões em ações em 18 de janeiro -dia em que a instituição descobriu a fraude de 4,9 bilhões que teria sido feita pelo corretor Jérôme Kerviel. Desde o início do mês, Day e a sua fundação venderam 140 milhões em papéis do Société Générale.
Um porta-voz de Day disse que não houve uso de informação privilegiada.