São Paulo, quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

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Ainda longe da crise, setor industrial vê crescimento

Empresários prevêem alta de produção no 1º semestre

LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Levantamento feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) com 1.400 empresas identificou que o setor industrial prevê para os próximos seis meses expansão da produção, maior uso da capacidade instalada e aumento de faturamento, emprego e aquisição de matérias-primas. A sondagem foi realizada entre os dias 2 e 22 deste mês -antes, portanto, do período de turbulência no mercado financeiro internacional.
Embora o levantamento não dê indicações sobre a percepção dos empresários após a piora do ambiente externo, a CNI mantém a indicação de um cenário interno favorável com estimativa de crescimento de 5% para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e de 5% para a atividade industrial.
A avaliação, conforme aponta o economista-chefe da entidade, Flávio Castelo Branco, é que o ambiente de negócios irá se manter dinâmico e que a demanda interna aquecida compensará eventual perda de ritmo no mercado externo.
"O Brasil está em uma situação diferente. Em outras crises, as reservas eram baixas, a dívida externa, elevada, o câmbio era fixo, e os juros, altos. Agora, o passado não vale. Não contamos que a instabilidade internacional vá contaminar a economia brasileira no curto prazo", diz Castelo Branco.
Essa análise otimista está, porém, restrita ao primeiro semestre, que tende a se manter aquecido com o maior consumo. Caso haja deterioração da economia mundial, o país pode começar a sentir os efeitos a partir do segundo semestre.
A despeito das indicações favoráveis para a atividade industrial, os investimentos privados podem ser afetados. A indicação é que as decisões de ampliação de fábricas e compras de máquinas consideram horizontes mais longos e, se houver desconfiança quanto à capacidade de a demanda interna se mostrar aquecida diante de um desaquecimento mundial, os industriais poderão adiar decisões de investimento. Até agora, a instabilidade das Bolsas ainda se mantém como uma realidade distante das fábricas. Após vendas robustas no fim de 2007, as indústrias iniciaram 2008 com estoques baixos.

Setor siderúrgico
Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), Rinaldo Campos Soares, estimou que neste ano a produção do setor atinja 37 milhões de toneladas. "O setor está se preparando para investimentos maciços. Em dez anos, a siderurgia pretende atingir quase 80 milhões de toneladas, onde serão investidos cerca de U$ 57 bilhões."


Colaborou a Sucursal de Brasília


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