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Ainda longe da crise, setor industrial vê crescimento
Empresários prevêem alta de produção no 1º semestre
LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Levantamento feito pela CNI
(Confederação Nacional da Indústria) com 1.400 empresas
identificou que o setor industrial prevê para os próximos
seis meses expansão da produção, maior uso da capacidade
instalada e aumento de faturamento, emprego e aquisição de
matérias-primas. A sondagem
foi realizada entre os dias 2 e 22
deste mês -antes, portanto, do
período de turbulência no mercado financeiro internacional.
Embora o levantamento não
dê indicações sobre a percepção dos empresários após a piora do ambiente externo, a CNI
mantém a indicação de um cenário interno favorável com estimativa de crescimento de 5%
para o PIB (Produto Interno
Bruto) brasileiro e de 5% para a
atividade industrial.
A avaliação, conforme aponta o economista-chefe da entidade, Flávio Castelo Branco, é
que o ambiente de negócios irá
se manter dinâmico e que a demanda interna aquecida compensará eventual perda de ritmo no mercado externo.
"O Brasil está em uma situação diferente. Em outras crises,
as reservas eram baixas, a dívida externa, elevada, o câmbio
era fixo, e os juros, altos. Agora,
o passado não vale. Não contamos que a instabilidade internacional vá contaminar a economia brasileira no curto prazo", diz Castelo Branco.
Essa análise otimista está,
porém, restrita ao primeiro semestre, que tende a se manter
aquecido com o maior consumo. Caso haja deterioração da
economia mundial, o país pode
começar a sentir os efeitos a
partir do segundo semestre.
A despeito das indicações favoráveis para a atividade industrial, os investimentos privados
podem ser afetados. A indicação é que as decisões de ampliação de fábricas e compras de
máquinas consideram horizontes mais longos e, se houver
desconfiança quanto à capacidade de a demanda interna se
mostrar aquecida diante de um
desaquecimento mundial, os
industriais poderão adiar decisões de investimento. Até agora, a instabilidade das Bolsas
ainda se mantém como uma
realidade distante das fábricas.
Após vendas robustas no fim de
2007, as indústrias iniciaram
2008 com estoques baixos.
Setor siderúrgico
Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
o presidente do IBS (Instituto
Brasileiro de Siderurgia), Rinaldo Campos Soares, estimou
que neste ano a produção do setor atinja 37 milhões de toneladas. "O setor está se preparando para investimentos maciços.
Em dez anos, a siderurgia pretende atingir quase 80 milhões
de toneladas, onde serão investidos cerca de U$ 57 bilhões."
Colaborou a Sucursal de Brasília
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