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Vendas de supermercados têm maior alta desde 98
Crescimento foi de 5,9% em 2007, diz associação
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
O cenário econômico favorável levou os supermercados a
um crescimento real de 5,92%
no faturamento no ano passado. A expansão nas vendas é a
maior desde 1998, segundo o
presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Sussumu Honda, quando
o país ainda vivia a euforia do
Plano Real. Como a metodologia da pesquisa mudou no início da década, a Abras só divulga a variação a partir de 2003.
O preço dos alimentos foi o
principal motivo da elevação na
receita. O segmento puxou a alta de 4,46% do IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo)
com o aumento de 10,79% em
2007, com destaque para carnes, feijão, leite e derivados.
Aliado a esse fator, houve o
crescimento no volume de
itens vendidos (3,1% no acumulado do ano até outubro),
mais oferta de crédito e aumento real da renda do trabalhador,
de 3,2%, segundo o IBGE.
Para este ano, Honda projeta
crescimento entre 4% e 4,5%,
já que a base de comparação será alta -em 2006, houve queda
de 1,65% no faturamento- e a
crise no mercado financeiro
pode afetar a decisão do consumidor de ir às compras.
"No primeiro semestre, não
deve haver impacto na economia real", avalia César Fukushima, economista da consultoria especializada em varejo
Gouvêa de Souza & MD. Mas,
se a turbulência se estender por
mais tempo, diz, pode haver reflexo direto nos gastos.
Pesquisa da TNS InterScience mostrou que 59% dos entrevistados acreditam no aumento
do poder de compra neste ano,
o percentual mais alto desde
1997, início do levantamento.
Na divisão por faixa de renda,
a classe média está ainda mais
otimista: 65% prevêem o aumento, contra 53% da baixa
renda. Para Ivani Rossi, diretora de planejamento da consultoria, as pessoas estão mais
conscientes do seu poder de
compra, incluindo na conta a
renda extra advinda com o crédito com juros menores e
maior prazo de pagamento.
Tendências
Entre as dez tendências para
o varejo mundial em 2008, segundo estudo da Deloitte, estão
a integração dos canais de vendas, com mais empresas investindo nas compras on-line, e o
aumento na comercialização
de produtos de baixo custo, como os itens de marca própria.
Para Reynaldo Saad, especialista em varejo da empresa, no
Brasil essa previsão está ligada
diretamente ao aumento de
renda das classes D e E.
A Deloitte divulgou ainda o
ranking com as maiores empresas varejistas, no qual o Grupo
Pão de Açúcar aparece na liderança na América Latina, com a
111ª colocação, considerando o
faturamento em 2006.
Naquele ano, a empresa estava no topo do setor supermercadista no Brasil, posição que
perdeu para o Carrefour em
2007. Com a aquisição da rede
Atacadão, a rede francesa faturou R$ 19,3 bilhões no país,
contra R$ 17,6 bilhões do concorrente brasileiro.
Em dezembro, Cláudio Galeazzi se tornou o novo presidente do grupo no lugar de Cássio Casseb, afastado por divergências em relação às metas a
serem atingidas. Neste mês, foi
a vez de o Wal-Mart anunciar a
troca de comando no Brasil,
com a substituição do espanhol
Vicente Trius, que foi ocupar
cargo semelhante na rede norte-americana na Ásia, pelo cubano Héctor Núñez.
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