São Paulo, quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

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Vendas de supermercados têm maior alta desde 98

Crescimento foi de 5,9% em 2007, diz associação

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

O cenário econômico favorável levou os supermercados a um crescimento real de 5,92% no faturamento no ano passado. A expansão nas vendas é a maior desde 1998, segundo o presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Sussumu Honda, quando o país ainda vivia a euforia do Plano Real. Como a metodologia da pesquisa mudou no início da década, a Abras só divulga a variação a partir de 2003.
O preço dos alimentos foi o principal motivo da elevação na receita. O segmento puxou a alta de 4,46% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) com o aumento de 10,79% em 2007, com destaque para carnes, feijão, leite e derivados. Aliado a esse fator, houve o crescimento no volume de itens vendidos (3,1% no acumulado do ano até outubro), mais oferta de crédito e aumento real da renda do trabalhador, de 3,2%, segundo o IBGE.
Para este ano, Honda projeta crescimento entre 4% e 4,5%, já que a base de comparação será alta -em 2006, houve queda de 1,65% no faturamento- e a crise no mercado financeiro pode afetar a decisão do consumidor de ir às compras.
"No primeiro semestre, não deve haver impacto na economia real", avalia César Fukushima, economista da consultoria especializada em varejo Gouvêa de Souza & MD. Mas, se a turbulência se estender por mais tempo, diz, pode haver reflexo direto nos gastos.
Pesquisa da TNS InterScience mostrou que 59% dos entrevistados acreditam no aumento do poder de compra neste ano, o percentual mais alto desde 1997, início do levantamento.
Na divisão por faixa de renda, a classe média está ainda mais otimista: 65% prevêem o aumento, contra 53% da baixa renda. Para Ivani Rossi, diretora de planejamento da consultoria, as pessoas estão mais conscientes do seu poder de compra, incluindo na conta a renda extra advinda com o crédito com juros menores e maior prazo de pagamento.

Tendências
Entre as dez tendências para o varejo mundial em 2008, segundo estudo da Deloitte, estão a integração dos canais de vendas, com mais empresas investindo nas compras on-line, e o aumento na comercialização de produtos de baixo custo, como os itens de marca própria.
Para Reynaldo Saad, especialista em varejo da empresa, no Brasil essa previsão está ligada diretamente ao aumento de renda das classes D e E.
A Deloitte divulgou ainda o ranking com as maiores empresas varejistas, no qual o Grupo Pão de Açúcar aparece na liderança na América Latina, com a 111ª colocação, considerando o faturamento em 2006.
Naquele ano, a empresa estava no topo do setor supermercadista no Brasil, posição que perdeu para o Carrefour em 2007. Com a aquisição da rede Atacadão, a rede francesa faturou R$ 19,3 bilhões no país, contra R$ 17,6 bilhões do concorrente brasileiro.
Em dezembro, Cláudio Galeazzi se tornou o novo presidente do grupo no lugar de Cássio Casseb, afastado por divergências em relação às metas a serem atingidas. Neste mês, foi a vez de o Wal-Mart anunciar a troca de comando no Brasil, com a substituição do espanhol Vicente Trius, que foi ocupar cargo semelhante na rede norte-americana na Ásia, pelo cubano Héctor Núñez.


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