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Indústria teve no final de 2008 o pior trimestre em 10 anos, diz CNI
Previsões são ruins para o semestre, indica levantamento da confederação
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O período de outubro a dezembro passado foi o pior trimestre desde 1999, segundo
pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Há
dez anos os indicadores que
medem produção e emprego
não ficavam tão baixos. As expectativas dos empresários para os próximos seis meses também são as piores na década.
Foram pesquisadas 1.407 empresas, de 5 a 26 de janeiro.
Na avaliação da CNI, a crise
teve impacto muito rápido no
país, afetando primeiramente
as grandes empresas. Agora,
nos próximos meses, a crise deverá chegar às pequenas e às
médias. "Como a crise veio de
fora, entrou pelas grandes empresas, que são exportadoras.
Agora, vai afetar as pequenas e
as médias, fornecedoras das
grandes", disse o economista
Renato Fonseca, da CNI.
O indicador de produção da
pesquisa realizada pela CNI ficou em 40,8 no quarto trimestre de 2008. Pelos critérios do
levantamento, números inferiores a 50, nesse item, indicam
que houve redução na produção. No último trimestre de
2007, o indicador estava em 59,
apontando alta de produção.
Para o item trabalho, ficou em
44 no último trimestre do ano
passado (redução de emprego),
ante 54,9 (aumento) no mesmo
período de 2007.
As perspectivas para o primeiro semestre também são
ruins. A maioria dos empresários ouvidos avalia que a demanda por seus produtos cairá
nos próximos seis meses -o índice ficou em 39,7, ante 59,4 na
pesquisa de janeiro de 2008.
Índice inferior a 50 significa expectativa de queda de demanda, e superior, aumento.
Principais problemas
Entre os principais problemas apontados pelas grandes
empresas, a falta de demanda
apareceu em segundo lugar
(abaixo da alta carga tributária,
sempre em primeiro). Na pesquisa feita no terceiro trimestre do ano passado, essa preocupação aparecia apenas em
sétimo lugar.
Com menos demanda, a
perspectiva para os próximos
seis meses continua sendo de
redução nos postos de trabalho.
O índice para número de empregados ficou em 40,5, ante 53
na pesquisa feita em janeiro do
ano passado. Índice inferior a
50 indica redução de emprego e
superior, aumento de vagas.
Em dezembro, o mercado
formal de trabalho registrou
seu pior desempenho nos últimos dez anos. Foram fechadas
em todo o país 654.946 vagas
com carteira assinada. As demissões foram mais fortes na
indústria de transformação,
que perdeu 273.240 vagas.
A pesquisa da CNI também
detectou aumento na dificuldade de acesso ao crédito. O índice aferido ficou em 32,4, ante
47,6 no último trimestre de
2007. Nesse item, resultados
superiores a 50 indicam facilidade de acesso ao crédito, enquanto que índices inferiores
mostram dificuldade.
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