São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

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Europa ataca plano dos EUA de proteção ao aço

Pacote quer que obras usem só produto americano

DA REDAÇÃO

A Comissão Europeia (o braço executivo do bloco) disse que irá contestar a proposta americana de usar apenas aço produzido nos EUA nas obras que usarão dinheiro do plano de estímulo à economia.
"Caso seja aprovada uma lei que proíba a venda ou a compra de produtos europeus em território americano, isso não será algo que ficaremos parados ignorando", afirmou o porta-voz do organismo, Peter Power. Ele disse que a comissão pretende "estudar cuidadosamente os detalhes da legislação antes que possamos dizer que os Estados Unidos estão violando quaisquer tratados comerciais".
A reação europeia é resultado do pacote de US$ 819 bilhões aprovado anteontem pelos deputados americanos para tentar estimular a principal economia mundial. Um dos pontos do documento estabelece que o aço usado nas obras do pacote tenha sido produzido nos Estados Unidos, com algumas exceções, como se não houver quantidade ou qualidade suficiente ou se a inclusão do produto local fizer com que o custo da obra aumente em mais de 25%.
O texto aprovado pelos deputados ainda precisa ser discutido pelo Senado, que negocia uma proposta ainda mais radical: todas as obras do pacote terão que usar equipamentos e produtos fabricados nos EUA. Mas algumas empresas americanas, como a Caterpillar, já disseram ser contrárias à proposta, temendo que outros países que vão adotar pacotes de estímulo, como os europeus e a China, adotem medidas protecionistas semelhantes.
Em 2007, o Brasil exportou US$ 1,296 bilhão em produtos siderúrgicos para os EUA, o que representou 19,6% das vendas externas do setor naquele ano.

No Brasil
O IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia) pediu ontem ao presidente Lula novos cortes na taxa de juros e maior desoneração de impostos para aquecer o mercado interno .
O presidente interino do IBS, André Johannpeter, da Gerdau, afirmou ainda que o setor espera que o governo prorrogue a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre os automóveis, que valerá até março. A medida garante a manutenção de produção de aço. Segundo ele, o setor não fez ainda prognósticos para este ano devido à instabilidade do mercado.


Com agências internacionais e a Sucursal de Brasília

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