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Dólar sobe 8% em janeiro, maior alta em 15 meses
Moeda fecha a R$ 1,885;
Bolsa recua 4,65% no mês
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro mês do ano foi
marcado pela escalada do dólar. Vendida a R$ 1,885 ontem, a
moeda registrou apreciação de
8,15% em janeiro, o que representou sua maior alta mensal
desde outubro de 2008, quando
a crise financeira internacional
atingiu seu pico. Nesse cenário,
quem tivesse optado por aplicar suas economias em dólares
teria conquistado resultado
muito superior ao de outras
formas de investimento.
O índice Ibovespa, principal
referência do mercado acionário, encerrou o mês com depreciação de 4,65%. Ontem recuou
0,28%, a 65.401 pontos.
No segmento de renda fixa,
as rentabilidades não alcançaram 1% no mês. Os fundos de
renda fixa foram os que tiveram melhor retorno e pagaram,
na média, 0,89%. Os fundos DI
-que seguem de perto a taxa
básica Selic- renderam cerca
de 0,66% em janeiro.
Os CDBs ficaram perto, com
taxa média de 0,65%.
A poupança, que assombrou
o mercado de fundos em 2009,
deu 0,50% no mês.
O cenário de alta do dólar e
baixa da Bolsa que marcou o
mês é o inverso do verificado
no ano passado. Em 2009, a
Bolsa subiu 82,7%, e o dólar teve depreciação de 25,32%.
Incertezas em relação à recuperação econômica americana
e às medidas que o governo chinês têm tomado para frear a expansão exagerada do país elevaram a aversão ao risco nas últimas semanas.
Um dos reflexos desse cenário foi a apreciação do dólar
-que não tem ocorrido apenas
em relação ao real. Outro é a
venda de ativos mais arriscados, como as ações.
"Não me surpreenderá se a
Bolsa acabar por render menos
que as aplicações de renda fixa
neste ano", disse Fabio Colombo, administrador independente de investimentos.
Um ponto que tem afetado
tanto a Bolsa como o câmbio é a
saída de capital externo do
mercado brasileiro. Até o dia
27, R$ 1,98 bilhão líquido saiu
da Bolsa de Valores. Como os
estrangeiros costumam responder por cerca de 30% da
movimentação do pregão, ao
venderem ações com maior ímpeto acabam por prejudicar o
desempenho do mercado.
Se, além de fugir da Bolsa, esse capital também deixar o país,
a tendência de depreciação do
real se intensifica.
Números apresentados nos
EUA chegaram a animar o mercado internacional por algum
tempo. O crescimento (anualizado) de 5,7% do PIB dos EUA
no quarto trimestre, além do
aumento da confiança do consumidor do país -que subiu no
mês a seu mais elevado patamar em cerca de dois anos-,
foram bem recebidos. Mas não
evitaram que os mercados terminassem o dia no vermelho.
Em Wall Street, o Dow Jones
fechou com perdas de 0,52%.
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