São Paulo, sábado, 30 de janeiro de 2010

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Dólar sobe 8% em janeiro, maior alta em 15 meses

Moeda fecha a R$ 1,885; Bolsa recua 4,65% no mês

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro mês do ano foi marcado pela escalada do dólar. Vendida a R$ 1,885 ontem, a moeda registrou apreciação de 8,15% em janeiro, o que representou sua maior alta mensal desde outubro de 2008, quando a crise financeira internacional atingiu seu pico. Nesse cenário, quem tivesse optado por aplicar suas economias em dólares teria conquistado resultado muito superior ao de outras formas de investimento.
O índice Ibovespa, principal referência do mercado acionário, encerrou o mês com depreciação de 4,65%. Ontem recuou 0,28%, a 65.401 pontos.
No segmento de renda fixa, as rentabilidades não alcançaram 1% no mês. Os fundos de renda fixa foram os que tiveram melhor retorno e pagaram, na média, 0,89%. Os fundos DI -que seguem de perto a taxa básica Selic- renderam cerca de 0,66% em janeiro.
Os CDBs ficaram perto, com taxa média de 0,65%.
A poupança, que assombrou o mercado de fundos em 2009, deu 0,50% no mês.
O cenário de alta do dólar e baixa da Bolsa que marcou o mês é o inverso do verificado no ano passado. Em 2009, a Bolsa subiu 82,7%, e o dólar teve depreciação de 25,32%.
Incertezas em relação à recuperação econômica americana e às medidas que o governo chinês têm tomado para frear a expansão exagerada do país elevaram a aversão ao risco nas últimas semanas.
Um dos reflexos desse cenário foi a apreciação do dólar -que não tem ocorrido apenas em relação ao real. Outro é a venda de ativos mais arriscados, como as ações.
"Não me surpreenderá se a Bolsa acabar por render menos que as aplicações de renda fixa neste ano", disse Fabio Colombo, administrador independente de investimentos.
Um ponto que tem afetado tanto a Bolsa como o câmbio é a saída de capital externo do mercado brasileiro. Até o dia 27, R$ 1,98 bilhão líquido saiu da Bolsa de Valores. Como os estrangeiros costumam responder por cerca de 30% da movimentação do pregão, ao venderem ações com maior ímpeto acabam por prejudicar o desempenho do mercado.
Se, além de fugir da Bolsa, esse capital também deixar o país, a tendência de depreciação do real se intensifica.
Números apresentados nos EUA chegaram a animar o mercado internacional por algum tempo. O crescimento (anualizado) de 5,7% do PIB dos EUA no quarto trimestre, além do aumento da confiança do consumidor do país -que subiu no mês a seu mais elevado patamar em cerca de dois anos-, foram bem recebidos. Mas não evitaram que os mercados terminassem o dia no vermelho.
Em Wall Street, o Dow Jones fechou com perdas de 0,52%.


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