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Blitz vê condição degradante em usina em MS
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Fiscais da DRT (Delegacia
Regional do Trabalho) de Mato
Grosso do Sul resgataram anteontem 409 pessoas, entre
elas 150 indígenas, que trabalhavam "em situação degradante" numa usina de álcool de
Iguatemi (505 km de Campo
Grande).
A reportagem não conseguiu
falar ontem com o dono da
Dcoil (Destilaria Centro-Oeste
Iguatemi Ltda.), Nelson Donadel. A Folha ligou para os números da empresa e da casa dele que constam da lista telefônica.
Segundo o Ministério do
Trabalho, os trabalhadores
atuavam no corte de cana das
6h às 16h, sem equipamentos
de segurança. Alguns não tinham carteira assinada.
"Não havia banheiros móveis
na plantação nem água tratada
e comida ao longo do dia", disse
nota do DRT-MS.
A situação era pior para os
150 índios, das etnias guarani e
terena. Eles viviam, de acordo
com a DRT-MS, em um alojamento sem janelas, sem banheiros e que tinha capacidade
para abrigar apenas 50 pessoas.
Em Mato Grosso do Sul, as
usinas de álcool são a principal
fonte de empregos para índios.
Os usineiros costumam contratá-los devido à eficiência dos
indígenas no corte da cana.
A destilaria de Iguatemi será
multada e deverá pagar indenizações. O valor ainda não foi
calculado.
A empresa, de acordo com a
Prefeitura de Iguatemi, começou a operar em novembro de
2006 com 5.500 hectares de
plantação de cana e a produção
de 150 mil litros de álcool por
dia.
Na semana passada, duas
blitze em fazendas no interior
de São Paulo encontraram
mais de cem trabalhadores rurais atuando sem equipamento
de segurança, entre outros problemas. Em uma delas, em Ibirarema (390 km a oeste de São
Paulo), o Ministério Público do
Trabalho considerou a situação
"degradante".
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