São Paulo, sexta-feira, 30 de março de 2007

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Blitz vê condição degradante em usina em MS

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Fiscais da DRT (Delegacia Regional do Trabalho) de Mato Grosso do Sul resgataram anteontem 409 pessoas, entre elas 150 indígenas, que trabalhavam "em situação degradante" numa usina de álcool de Iguatemi (505 km de Campo Grande).
A reportagem não conseguiu falar ontem com o dono da Dcoil (Destilaria Centro-Oeste Iguatemi Ltda.), Nelson Donadel. A Folha ligou para os números da empresa e da casa dele que constam da lista telefônica.
Segundo o Ministério do Trabalho, os trabalhadores atuavam no corte de cana das 6h às 16h, sem equipamentos de segurança. Alguns não tinham carteira assinada.
"Não havia banheiros móveis na plantação nem água tratada e comida ao longo do dia", disse nota do DRT-MS.
A situação era pior para os 150 índios, das etnias guarani e terena. Eles viviam, de acordo com a DRT-MS, em um alojamento sem janelas, sem banheiros e que tinha capacidade para abrigar apenas 50 pessoas.
Em Mato Grosso do Sul, as usinas de álcool são a principal fonte de empregos para índios. Os usineiros costumam contratá-los devido à eficiência dos indígenas no corte da cana.
A destilaria de Iguatemi será multada e deverá pagar indenizações. O valor ainda não foi calculado.
A empresa, de acordo com a Prefeitura de Iguatemi, começou a operar em novembro de 2006 com 5.500 hectares de plantação de cana e a produção de 150 mil litros de álcool por dia.
Na semana passada, duas blitze em fazendas no interior de São Paulo encontraram mais de cem trabalhadores rurais atuando sem equipamento de segurança, entre outros problemas. Em uma delas, em Ibirarema (390 km a oeste de São Paulo), o Ministério Público do Trabalho considerou a situação "degradante".


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