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Queda da Selic evidencia diferenças entre fundos
Aplicador deve checar variáveis como taxa de administração e composição da carteira
Rentabilidade nos fundos DI oscilou entre 1,41% e 2,19% no 1º bimestre; na renda fixa, variação foi de -1,02%
a 7,40%, segundo a Anbid
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em tempos de juros em queda e Bolsa sem rumo definido,
como agora, a atenção do investidor às particularidades da
aplicação que escolheu ganha
ainda mais relevância. Mesmo
em aplicações conservadoras e
consideradas de baixo risco, como os fundos DI e de renda fixa,
as rentabilidades variam -e
podem ser bem expressivas.
Levantamento da Anbid (associação dos bancos de investimento) mostra que o retorno
dos fundos DI acumulado no
primeiro bimestre do ano oscilou entre uma taxa mínima de
1,41% e uma máxima de 2,19%.
No caso da renda fixa, a diferença é ainda maior, indo de
um retorno negativo de 1,02% a
ganhos de 7,40%. Ambas as
aplicações têm como referencial a oscilação dos juros.
Os fundos de investimento
não são como a poupança, que
tem sua rentabilidade fixada
pelo governo, sendo a mesma
independentemente do banco
onde a aplicação for realizada.
O retorno dos fundos pode variar consideravelmente, dependendo de como o gestor
monta a carteira.
"Os fundos têm duas variáveis importantes que devem
ser entendidas e acompanhadas pelos aplicadores, que são a
taxa de administração e a composição da carteira. Mesmo nos
casos dos fundos DI e de renda
fixa essas variáveis devem ser
consideradas", afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo.
Os fundos são uma comunhão de recursos de diversos
investidores. O gestor -profissional que cuida da aplicação-
reúne as economias de diversos
clientes e forma o patrimônio
do fundo. Com esse dinheiro,
adquire ativos, como títulos
públicos e privados que pagam
juros e ações. E é a partir desse
"mix" de ativos que a rentabilidade é compensada. Dessa forma, nunca uma carteira é exatamente igual à outra.
William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em
Finanças da FGV, avalia que o
brasileiro não é muito ativo na
hora de investir. "E o importante é ter uma atuação mais ativa,
mesmo quando se buscam aplicações de renda fixa. Tem de
estar atento às oportunidades
que surgem no mercado", diz.
Custos e diferenças
Nos fundos de ações, as diferenças de uma aplicação a outra podem ser ainda mais elevadas. Em especial nas categorias
como a de "ações livres", nas
quais são catalogados os fundos
em que os gestores têm liberdade de adquirir as ações que
achar melhor, as diferenças de
retorno são mais gritantes.
No primeiro bimestre, os
fundos de ações livres deram
rentabilidades que foram de
um retorno negativo de 7,49% a
um ganho de 8,93%. Ou seja,
houve fundos dessa categoria
que se destacaram dentre os
mais rentáveis do mercado, enquanto outros apareceram na
lanterna dos investimentos.
No caso da taxa de administração, há também grandes diferenças no percentual cobrado de um fundo a outro.
Essa taxa está presente em
todos os fundos e normalmente
tem um custo que vai de 1% a
4% ao ano -mas há aplicações
que cobram fora dessa faixa. A
função da taxa de administração é a de remunerar os gestores por sua atividade.
Especialmente no atual momento de juros em queda, observar o custo da taxa de administração se torna mais relevante. Para um fundo que oferecesse rendimento de 20% ao
ano, como ocorria havia não
muito tempo, uma taxa de 4%
tinha certo peso. Já para uma
aplicação com rentabilidade de
10% -nível para o qual se espera que a taxa básica Selic recue
no segundo semestre-, esse
custo é, proporcionalmente,
muito mais elevado e punitivo.
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