São Paulo, terça-feira, 30 de março de 2010

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Dólar tem maior queda no ano e fecha abaixo de R$ 1,80

Com cenário externo positivo, Bolsa de SP avança 1,83%

DENYSE GODOY
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a sua maior queda no ano, de 1,69%, o dólar terminou o dia, ontem, vendido a R$ 1,799. Ainda assim, a moeda americana acumula valorização de 3,21% em 2010.
No mercado de ações, a segunda-feira também foi de bom humor. A Bolsa de Valores de São Paulo avançou 1,83% e atingiu 69.939 pontos.
"Depois de um certo estresse na semana passada por causa do aumento das taxas dos títulos do Tesouro americano, boas notícias que saíram hoje acalmaram os investidores", afirma Milton Wagner, diretor da Wagner Investimentos.
Ele se refere à divulgação de previsões de que o crescimento da economia da China supere 13% no primeiro trimestre, à bem-sucedida venda de títulos realizada pela Grécia e aos números sobre os gastos do consumidor americano. Tais dispêndios aumentaram 0,3% em fevereiro, na sua quinta elevação consecutiva.
De acordo com a análise de Wagner, a maior parte dos investidores está posicionada acima dos 67 mil pontos. Ou seja, o valor dos papéis que bancos e fundos têm em mãos é maior do que o representado por esse nível da Bolsa. Então, o mercado acionário deve continuar em alta, assim como o dólar tende a recuar um pouco mais nos próximos dias, pois os investidores apostam na queda.
Segundo Pedro Galdi, chefe de análise da corretora SLW, os investidores estão correndo contra o tempo para recuperar os ganhos do ano antes do final do primeiro trimestre. A ideia é que a Bolsa termine março com alta no ano acima do CDI, a taxa de juros do mercado interbancário. Até ontem, a Bolsa tinha ganhos de 1,97% no ano, enquanto o CDI acumulava variação de 1,92%.
"Há todo um embelezamento das carteiras no final do primeiro trimestre. A Bolsa subiu mais de 5% no mês, mas no ano ainda estava no zero a zero até sexta; agora que chegou a 1,97%, equivale [o rendimento] a um bom CDI."
Para Sidney Nehme, diretor da corretora NGO, o dólar tem condições de terminar março na casa de R$ 1,76. Segundo Nehme, os bancos estão apostando pesado -cerca de US$ 10 bilhões entre os mercados à vista e futuro- na depreciação da moeda americana. No lado oposto, estão os investidores estrangeiros, que mantêm apostas de US$ 3 bilhões na alta da moeda americana, como estratégia defensiva para proteger suas aplicações de eventual solavanco no câmbio.
"O Banco Central mudou de lado e agora deseja que o real tenha um pouco de apreciação. A autoridade monetária não aumentou os juros na reunião do Copom, mas espera que o câmbio ajude a segurar um pouco a inflação", disse.


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