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ANO DO DRAGÃO
Preço no atacado concentra desaceleração
IGP-M cai para 0,92%, a menor taxa desde maio do ano passado
DA SUCURSAL DO RIO
A expectativa de safra agrícola
recorde e a recente queda do dólar fizeram com que a inflação de
abril recuasse. O IGP-M (Índice
Geral de Preços - Mercado), medido pela FGV (Fundação Getúlio
Vargas), ficou em 0,92% -menos do que o 1,53% de março. Foi
a menor taxa desde maio de 2002,
quando ficara em 0,83%. Em 12
meses, o índice acumula 32,97%.
A desaceleração, porém, ficou
concentrada nos preços no atacado. Sob efeito do aumento da safra e do recuo do dólar, o IPA (Índice de Preços por Atacado) caiu
de 1,72% em março para 0,80%
em abril. Mas essa queda ainda
não chegou ao consumidor. O
IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu de 1,1% para 1,28%.
"A queda do dólar, por enquanto, mostra pequeno impacto no
atacado e ainda não foi repassada
para o consumidor", disse Salomão Quadros, economista da
FGV. Ele afirmou que, em maio, o
IGP-M deve sentir mais os reflexos da redução contínua do dólar.
Para Quadros, o que pode estar
acontecendo, em alguns casos, é
que o varejo está aproveitando a
oportunidade para recompor
margens, não repassando a queda
ao comprador final dos produtos.
No atacado, cujo peso é de 60%
na composição do IGP-M, a desaceleração foi puxada pelos produtos industriais, mais influenciados pela variação do câmbio. Esse
grupo cedeu de 2,20% em março
para 1,31% em abril.
O destaque ficou com os combustíveis industriais, que recuaram orientados pela menor cotação do dólar e do preço do petróleo. Eles haviam subido 4,58% em
março e tiveram uma alta menor
(0,76%) em abril.
Também houve desaceleração
nos preços das lavouras para exportações, especialmente da soja,
e do alumínio.
Já no varejo, que tem peso de
30% no índice, os itens que mais
contribuíram para o aumento da
inflação foram os alimentos e os
remédios. Ainda refletindo o reajuste dos medicamentos, em fevereiro, o grupo saúde e cuidados
pessoais teve alta de 2,13%
-mais do que o dobro do 0,92%
registrado em março.
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