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São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

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ANO DO DRAGÃO

Preço no atacado concentra desaceleração

IGP-M cai para 0,92%, a menor taxa desde maio do ano passado

DA SUCURSAL DO RIO

A expectativa de safra agrícola recorde e a recente queda do dólar fizeram com que a inflação de abril recuasse. O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), ficou em 0,92% -menos do que o 1,53% de março. Foi a menor taxa desde maio de 2002, quando ficara em 0,83%. Em 12 meses, o índice acumula 32,97%.
A desaceleração, porém, ficou concentrada nos preços no atacado. Sob efeito do aumento da safra e do recuo do dólar, o IPA (Índice de Preços por Atacado) caiu de 1,72% em março para 0,80% em abril. Mas essa queda ainda não chegou ao consumidor. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu de 1,1% para 1,28%.
"A queda do dólar, por enquanto, mostra pequeno impacto no atacado e ainda não foi repassada para o consumidor", disse Salomão Quadros, economista da FGV. Ele afirmou que, em maio, o IGP-M deve sentir mais os reflexos da redução contínua do dólar.
Para Quadros, o que pode estar acontecendo, em alguns casos, é que o varejo está aproveitando a oportunidade para recompor margens, não repassando a queda ao comprador final dos produtos.
No atacado, cujo peso é de 60% na composição do IGP-M, a desaceleração foi puxada pelos produtos industriais, mais influenciados pela variação do câmbio. Esse grupo cedeu de 2,20% em março para 1,31% em abril.
O destaque ficou com os combustíveis industriais, que recuaram orientados pela menor cotação do dólar e do preço do petróleo. Eles haviam subido 4,58% em março e tiveram uma alta menor (0,76%) em abril.
Também houve desaceleração nos preços das lavouras para exportações, especialmente da soja, e do alumínio.
Já no varejo, que tem peso de 30% no índice, os itens que mais contribuíram para o aumento da inflação foram os alimentos e os remédios. Ainda refletindo o reajuste dos medicamentos, em fevereiro, o grupo saúde e cuidados pessoais teve alta de 2,13% -mais do que o dobro do 0,92% registrado em março.


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