São Paulo, sábado, 30 de abril de 2005

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EMPRESAS

Dívida era de R$ 1 bilhão

Falência da Chapecó é decretada pela Justiça

DA AGÊNCIA FOLHA

A Justiça de Chapecó (SC) decretou ontem a falência da Chapecó Companhia Industrial de Alimentos, que estava em concordata em decorrência de uma dívida de R$ 1 bilhão.
Segundo a decisão, proferida pela juíza Rosane Portella Wolff, as receitas dos arrendamentos não seriam suficientes para honrar o pagamento da concordata, que vencia em 12 de maio. Em novembro de 2004, diz a sentença, o capital de giro da empresa era de R$ 485 milhões negativos.
A reportagem não conseguiu falar com as empresas que arrendaram as unidades da Chapecó.
A decisão da juíza diz que, "como resultado funesto da reorganização e reestruturação mal concebida e pior ainda administrada, a Chapecó existe apenas no papel; foi totalmente esvaziada. Não possui mais funcionários, inteligência estratégica, conhecimento, fundo de comércio ou marca".
Os diretores, afastados pela decisão, não foram localizados pela reportagem. A mulher do diretor Celso Mário Schmitz se disse surpresa com a notícia "nada agradável", mas afirmou que seu marido estava em trânsito num avião e não poderia falar sobre o assunto.
A crise da Chapecó -que chegou a ser a quarta maior produtora do país de suínos, frangos e derivados- teve início em 1996. Em 2003, ela se agravou e a empresa passou a interromper a produção de seus frigoríficos, o que deixou 5.000 funcionários desempregados e atingiu 2.000 criadores de frangos e suínos, além de centenas de fornecedores.
No final de 2003, a empresa de capital francês Dreyfus propôs assumir a Chapecó pagando R$ 175 milhões pelo patrimônio dos frigoríficos nos três Estados do Sul, livre de dívidas e ônus. Para que o negócio fosse fechado, a Chapecó teria de convencer os credores a receber apenas 3,2% dos créditos. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), credor de metade da dívida, aceitou o acordo, mas não foi seguido por todos os bancos.
O frigorífico Chapecó existia desde 1952. O grupo argentino Macri entrou na empresa em novembro de 1999, quatro meses após fechar um acordo com o BNDES. Nenhum representante do grupo foi localizado pela reportagem.


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