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EMPRESAS
Dívida era de R$ 1 bilhão
Falência da Chapecó é decretada pela Justiça
DA AGÊNCIA FOLHA
A Justiça de Chapecó (SC) decretou ontem a falência da Chapecó Companhia Industrial de Alimentos, que estava em concordata em decorrência de uma dívida
de R$ 1 bilhão.
Segundo a decisão, proferida
pela juíza Rosane Portella Wolff,
as receitas dos arrendamentos
não seriam suficientes para honrar o pagamento da concordata,
que vencia em 12 de maio. Em novembro de 2004, diz a sentença, o
capital de giro da empresa era de
R$ 485 milhões negativos.
A reportagem não conseguiu falar com as empresas que arrendaram as unidades da Chapecó.
A decisão da juíza diz que, "como resultado funesto da reorganização e reestruturação mal concebida e pior ainda administrada,
a Chapecó existe apenas no papel;
foi totalmente esvaziada. Não
possui mais funcionários, inteligência estratégica, conhecimento,
fundo de comércio ou marca".
Os diretores, afastados pela decisão, não foram localizados pela
reportagem. A mulher do diretor
Celso Mário Schmitz se disse surpresa com a notícia "nada agradável", mas afirmou que seu marido
estava em trânsito num avião e
não poderia falar sobre o assunto.
A crise da Chapecó -que chegou a ser a quarta maior produtora do país de suínos, frangos e derivados- teve início em 1996. Em
2003, ela se agravou e a empresa
passou a interromper a produção
de seus frigoríficos, o que deixou
5.000 funcionários desempregados e atingiu 2.000 criadores de
frangos e suínos, além de centenas de fornecedores.
No final de 2003, a empresa de
capital francês Dreyfus propôs assumir a Chapecó pagando R$ 175
milhões pelo patrimônio dos frigoríficos nos três Estados do Sul,
livre de dívidas e ônus. Para que o
negócio fosse fechado, a Chapecó
teria de convencer os credores a
receber apenas 3,2% dos créditos.
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social), credor de metade da dívida, aceitou o acordo, mas não foi
seguido por todos os bancos.
O frigorífico Chapecó existia
desde 1952. O grupo argentino
Macri entrou na empresa em novembro de 1999, quatro meses
após fechar um acordo com o
BNDES. Nenhum representante
do grupo foi localizado pela reportagem.
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