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ENERGIA
Tendência é que estatal eleve participação na petroquímica, hoje em 10%
Petrobras adia decisão sobre Braskem
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras anunciou ontem
que adiou a decisão sobre aumentar ou não sua participação acionária na Braskem, a maior petroquímica do país, para o dia 31 de
dezembro deste ano.
O diretor de Abastecimento da
Petrobras, Paulo Roberto Costa,
disse, porém, que a tendência é
que a estatal opte por elevar sua
fatia na Braskem -hoje em 10%.
A idéia é integrar na companhia
outros ativos que a Petrobras tem
no setor, como uma participação
na Copesul, central petroquímica
do Sul. Só depois de avaliar esses
ativos que serão usados como pagamento no aumento de capital,
diz, é que se saberá se a Petrobras
terá de colocar ainda mais dinheiro ou não para elevar sua participação na Braskem.
Hoje seria a data-limite para a
Petrobras tomar tal decisão, que,
se fosse concretizada, levaria a estatal a desembolsar ao menos R$ 1
bilhão, segundo especialistas.
O prazo havia sido estabelecido
em acordo de acionistas assinado,
em 2002, com a Odebrecht, controladora da Braskem. Pelo acerto, a Petrobras detém o direito de
aumentar seu capital na empresa
e compartilhar o controle com o
outro sócio. Ontem, a estatal fechou com um aditivo ao acordo,
estabelecendo o novo prazo.
Pelo acordo, a Petrobras fica limitada a elevar sua participação
para até 30% do capital da Braskem, equiparando sua posição à
da Odebrecht.
A Petrobras também conseguiu
tirar do contrato a cláusula que a
impedia de investir em outras
empresas e projetos na área de petroquímica, caso optasse em ampliar a participação na Braskem.
Essa era a principal barreira
apontada por especialistas para
explicar a indefinição da estatal, já
que a Petrobras tem projetos de
peso no setor, como a refinaria-petroquímica no Estado do Rio
em sociedade com o grupo Ultra.
Trata-se de um investimento orçado em US$ 3 bilhões.
Criada em 2002 a partir da compra de ativos da Copene (Central
Petroquímica do Nordeste), a
Braskem é controlada pela Odebrecht com 48% do capital votante e 33% do capital total da Braskem. A Petrobras, por meio de
sua subsidiária Petroquisa, possui
10% do capital total e 8,4% das
ações ordinárias.
A Odebrecht já era sócia da Copene, mas aumentou sua participação na companhia ao comprar
em 2001 a parte do banco Econômico que estava na massa falida
do banco sob administração do
Banco Central, que organizou o
leilão das ações.
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