São Paulo, sábado, 30 de abril de 2005

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ENERGIA

Tendência é que estatal eleve participação na petroquímica, hoje em 10%

Petrobras adia decisão sobre Braskem

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras anunciou ontem que adiou a decisão sobre aumentar ou não sua participação acionária na Braskem, a maior petroquímica do país, para o dia 31 de dezembro deste ano.
O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse, porém, que a tendência é que a estatal opte por elevar sua fatia na Braskem -hoje em 10%. A idéia é integrar na companhia outros ativos que a Petrobras tem no setor, como uma participação na Copesul, central petroquímica do Sul. Só depois de avaliar esses ativos que serão usados como pagamento no aumento de capital, diz, é que se saberá se a Petrobras terá de colocar ainda mais dinheiro ou não para elevar sua participação na Braskem.
Hoje seria a data-limite para a Petrobras tomar tal decisão, que, se fosse concretizada, levaria a estatal a desembolsar ao menos R$ 1 bilhão, segundo especialistas.
O prazo havia sido estabelecido em acordo de acionistas assinado, em 2002, com a Odebrecht, controladora da Braskem. Pelo acerto, a Petrobras detém o direito de aumentar seu capital na empresa e compartilhar o controle com o outro sócio. Ontem, a estatal fechou com um aditivo ao acordo, estabelecendo o novo prazo.
Pelo acordo, a Petrobras fica limitada a elevar sua participação para até 30% do capital da Braskem, equiparando sua posição à da Odebrecht.
A Petrobras também conseguiu tirar do contrato a cláusula que a impedia de investir em outras empresas e projetos na área de petroquímica, caso optasse em ampliar a participação na Braskem. Essa era a principal barreira apontada por especialistas para explicar a indefinição da estatal, já que a Petrobras tem projetos de peso no setor, como a refinaria-petroquímica no Estado do Rio em sociedade com o grupo Ultra. Trata-se de um investimento orçado em US$ 3 bilhões.
Criada em 2002 a partir da compra de ativos da Copene (Central Petroquímica do Nordeste), a Braskem é controlada pela Odebrecht com 48% do capital votante e 33% do capital total da Braskem. A Petrobras, por meio de sua subsidiária Petroquisa, possui 10% do capital total e 8,4% das ações ordinárias.
A Odebrecht já era sócia da Copene, mas aumentou sua participação na companhia ao comprar em 2001 a parte do banco Econômico que estava na massa falida do banco sob administração do Banco Central, que organizou o leilão das ações.


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