São Paulo, quinta-feira, 30 de abril de 2009

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BANCOS

Lucro do Santander cai 37% no primeiro trimestre no Brasil

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Diante do aperto no crédito e do cenário de aumento da inadimplência, o banco Santander -incluindo as operações do Real- reportou ontem um ganho líquido de R$ 593 milhões no primeiro trimestre no Brasil. O resultado é 36,8% menor do que o grupo teria apurado no mesmo período do ano passado, quando os bancos ainda operavam separadamente -a união só aconteceu no final de julho de 2008.
Segundo o Santander, a queda no lucro decorre basicamente da redução nas receitas com serviços, que inclui as tarifas bancárias, e do aumento das provisões contra devedores duvidosos.
Para se precaver contra a inadimplência, o Santander elevou em 61,7% as provisões de crédito, na comparação com o primeiro trimestre de 2008, para R$ 2,413 bilhões. Até o final do ano passado, o Santander tinha uma política de provisões menos conservadora do que Itaú e Bradesco, alegando procedimentos rigorosos adotados pela matriz na Espanha.
A receita de serviços desabou de R$ 2,286 bilhões, no primeiro trimestre do ano passado, para R$ 2,062 bilhões no primeiro trimestre, também por conta de um controle maior das tarifas.
Para o analista Luis Miguel Santacreu, da consultoria Austin Ratings, a maior parte da queda na receita de serviços veio do Banco Real, que tinha uma composição maior das áreas de gestão de recursos e de atacado, as mais penalizadas com a crise nos mercados. "O Santander [sem o Real], que está mais no varejo bancário, conseguiu preservar mais a receita de serviços", disse.
Apesar da diminuição na atividade econômica, o banco conseguiu expandir em 19,3% as operações de crédito como um todo em relação ao mesmo período de 2008. Os empréstimos para empresas, porém, cresceram 23,6%, em ritmo bastante superior aos 15,8% dos financiamentos para os consumidores pessoa física.

Resultado global
No mundo, o Santander teve lucro de 2,09 bilhões, resultado 5% menor do que o apurado no mesmo período do ano passado.
Um dos bancos globais menos afetados pela atual crise, o Santander reconhece que trabalhou em meio a um "cenário complexo" de retração no ritmo dos negócios. Junto com o Real, o Santander no Brasil já responde por 17% dos ganhos do grupo espanhol no mundo.


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