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BANCOS
Lucro do Santander cai 37% no primeiro trimestre no Brasil
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Diante do aperto no crédito e do cenário de aumento
da inadimplência, o banco
Santander -incluindo as
operações do Real- reportou ontem um ganho líquido
de R$ 593 milhões no primeiro trimestre no Brasil. O
resultado é 36,8% menor do
que o grupo teria apurado no
mesmo período do ano passado, quando os bancos ainda operavam separadamente
-a união só aconteceu no final de julho de 2008.
Segundo o Santander, a
queda no lucro decorre basicamente da redução nas receitas com serviços, que inclui as tarifas bancárias, e do
aumento das provisões contra devedores duvidosos.
Para se precaver contra a
inadimplência, o Santander
elevou em 61,7% as provisões
de crédito, na comparação
com o primeiro trimestre de
2008, para R$ 2,413 bilhões.
Até o final do ano passado, o
Santander tinha uma política de provisões menos conservadora do que Itaú e Bradesco, alegando procedimentos rigorosos adotados
pela matriz na Espanha.
A receita de serviços desabou de R$ 2,286 bilhões, no
primeiro trimestre do ano
passado, para R$ 2,062 bilhões no primeiro trimestre,
também por conta de um
controle maior das tarifas.
Para o analista Luis Miguel
Santacreu, da consultoria
Austin Ratings, a maior parte
da queda na receita de serviços veio do Banco Real, que
tinha uma composição
maior das áreas de gestão de
recursos e de atacado, as
mais penalizadas com a crise
nos mercados. "O Santander
[sem o Real], que está mais
no varejo bancário, conseguiu preservar mais a receita
de serviços", disse.
Apesar da diminuição na
atividade econômica, o banco conseguiu expandir em
19,3% as operações de crédito como um todo em relação
ao mesmo período de 2008.
Os empréstimos para empresas, porém, cresceram
23,6%, em ritmo bastante
superior aos 15,8% dos financiamentos para os consumidores pessoa física.
Resultado global
No mundo, o Santander teve lucro de 2,09 bilhões, resultado 5% menor do que o
apurado no mesmo período
do ano passado.
Um dos bancos globais
menos afetados pela atual
crise, o Santander reconhece
que trabalhou em meio a um
"cenário complexo" de retração no ritmo dos negócios.
Junto com o Real, o Santander no Brasil já responde por
17% dos ganhos do grupo espanhol no mundo.
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