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Globo levará apagão para trama de novela
CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO
A data do temido apagão já está
marcada. Ele ocorrerá na primeira semana do mês de julho. Pelo
menos na novela das oito, "Porto
dos Milagres", da TV Globo. A
fictícia cidade baiana, que dá título à trama, ficará às escuras por 30
minutos, causando caos na vida
de seus moradores.
O prefeito Félix Guerreiro, interpretado pelo ator Antônio Fagundes, é quem decretará as medidas de racionamento de energia
elétrica na cidade. As cenas, que
estão sendo escritas pelo autor Ricardo Linhares, vão ao ar a partir
do dia 2 de julho e devem durar
seis capítulos.
"É uma crítica bem-humorada
ao que estamos vivendo hoje. Mas
não terá um tom dramático. O clima é de paródia", afirma Ricardo
Linhares.
As primeiras cenas apresentarão as regras do racionamento na
cidade fictícia. Em seguida, porém, o prefeito Guerreiro decide
assustar a população, ordenando
ao seu capanga Eriberto (José de
Abreu) que realize um apagão repentino.
Caótica
A cidade de Porto dos Milagres
fica caótica. As pessoas se perdem
uma das outras, e o prefeito aproveita a confusão para desaparecer. Como na vida real, a culpa da
crise energética da cidade de Porto dos Milagres é creditada à falta
de chuva.
A oposição, representada pelo
pescador Guma (Marcos Palmeira) e pelo comerciante Babau
(Cláudio Correa e Castro), lidera
as críticas, protestando contra a
falta de investimentos em energia
elétrica em Porto dos Milagres.
Linhares avisa que a trama não
será um passo a passo dos acontecimentos da crise de energia elétrica que assola o Brasil na vida
real.
"Não queremos aumentar muito essas cenas para não atrapalhar
a trama da novela", afirma o autor
da novela.
ACM
"Porto dos Milagres", também
assinada pelo dramaturgo Agnaldo Silva, vem se tornando um painel dos fatos políticos e do cotidiano do país. Recentemente, o
senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) inspirou a introdução de um personagem na história -o senador baiano Victorio
Viana, interpretado pelo ator Lima Duarte.
Se, na vida real, Antonio Carlos
Magalhães teve sua conversa gravada pelo procurador Luiz Francisco Souza, na novela, Victorio
Viana teve conversas gravadas
pelo prefeito Guerreiro.
O prefeito utiliza a fita, na qual o
senador faz acusações de corrupção contra políticos aliados, para
chantagear Viana, pedindo seu
apoio para a eleição ao governo
da Bahia.
Ricardo Linhares e Aguinaldo
Silva também já incluíram na novela a discussão em torno de uma
CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) da Corrupção.
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