São Paulo, terça-feira, 30 de maio de 2006

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Compras externas aumentam e causam redução no saldo da balança comercial

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A balança comercial apresenta saldo positivo de US$ 2,776 bilhões neste mês, segundo dado parcial do Ministério do Desenvolvimento considerando as operações fechadas até anteontem. Com isso, o saldo acumulado no ano chegou a US$ 15,214 bilhões.
Em igual período do ano passado, o superávit da balança estava em US$ 15,429 bilhões. É a primeira vez neste ano que o resultado acumulado fica abaixo do valor apurado na comparação com 2005, graças, principalmente, a um aumento mais acentuado das importações.
"É o efeito do câmbio", afirma José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil). Para ele, muitas empresas estão aproveitando a queda do dólar para substituir matérias-primas nacionais por insumos importados, que têm ficado mais baratos.
Castro também citou a possibilidade de embarques de mercadorias para o exterior estarem sendo prejudicados pela greve dos fiscais da Receita Federal, que estão paralisados há quase um mês.
Neste mês, o país importou, em média, US$ 326,7 milhões a cada dia útil, valor 7,7% maior do que a média registrada em maio de 2005. Nesse mesmo período, a média diária das exportações cresceu apenas 1,1% e chegou a US$ 472,8 milhões.
Segundo Castro, além da alta nas importações, colaborou para o recuo do saldo da balança o menor volume de vendas de produtos brasileiros para o exterior. "As exportações se mantiveram num patamar muito fraco durante todo o mês."
Na sua avaliação, já havia uma expectativa de que, por causa da valorização do real, as exportações começassem a perder força em algum momento. Castro afirma, porém, que esperava que essa tendência só fosse ter início a partir do segundo semestre do ano.
Desde o final do ano passado, tanto analistas do setor privado como membros do governo têm apontado a possibilidade de a balança não repetir, neste ano, o resultado recorde de 2005. Os principais fatores que levariam a esse movimento seriam a queda do dólar -que favorece as importações, em detrimento das exportações- e o crescimento um pouco mais forte da economia brasileira -que aumentaria a procura por mercadorias importadas.
Em 2005, a balança teve superávit de US$ 44,7 bilhões. Neste ano, nas contas da AEB, esse saldo ficaria em aproximadamente US$ 37 bilhões se mantida a tendência atual de exportações e importações.


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