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Compras externas aumentam e causam redução no saldo da balança comercial
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A balança comercial apresenta saldo positivo de US$
2,776 bilhões neste mês, segundo dado parcial do Ministério
do Desenvolvimento considerando as operações fechadas
até anteontem. Com isso, o saldo acumulado no ano chegou a
US$ 15,214 bilhões.
Em igual período do ano passado, o superávit da balança estava em US$ 15,429 bilhões. É a
primeira vez neste ano que o
resultado acumulado fica abaixo do valor apurado na comparação com 2005, graças, principalmente, a um aumento mais
acentuado das importações.
"É o efeito do câmbio", afirma José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do
Brasil). Para ele, muitas empresas estão aproveitando a queda
do dólar para substituir matérias-primas nacionais por insumos importados, que têm ficado mais baratos.
Castro também citou a possibilidade de embarques de mercadorias para o exterior estarem sendo prejudicados pela
greve dos fiscais da Receita Federal, que estão paralisados há
quase um mês.
Neste mês, o país importou,
em média, US$ 326,7 milhões a
cada dia útil, valor 7,7% maior
do que a média registrada em
maio de 2005. Nesse mesmo
período, a média diária das exportações cresceu apenas 1,1%
e chegou a US$ 472,8 milhões.
Segundo Castro, além da alta
nas importações, colaborou para o recuo do saldo da balança o
menor volume de vendas de
produtos brasileiros para o exterior. "As exportações se mantiveram num patamar muito
fraco durante todo o mês."
Na sua avaliação, já havia
uma expectativa de que, por
causa da valorização do real, as
exportações começassem a
perder força em algum momento. Castro afirma, porém,
que esperava que essa tendência só fosse ter início a partir do
segundo semestre do ano.
Desde o final do ano passado,
tanto analistas do setor privado
como membros do governo
têm apontado a possibilidade
de a balança não repetir, neste
ano, o resultado recorde de
2005. Os principais fatores que
levariam a esse movimento seriam a queda do dólar -que favorece as importações, em detrimento das exportações- e o
crescimento um pouco mais
forte da economia brasileira
-que aumentaria a procura
por mercadorias importadas.
Em 2005, a balança teve superávit de US$ 44,7 bilhões.
Neste ano, nas contas da AEB,
esse saldo ficaria em aproximadamente US$ 37 bilhões se
mantida a tendência atual de
exportações e importações.
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