São Paulo, sábado, 30 de junho de 2007

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Mercosul deve aprofundar parcerias, diz Lula

DO ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, durante sua participação na 33ª Cúpula dos Presidentes do Mercosul, realizada em Assunção (Paraguai), que, "agora, mais do que nunca", o bloco deve "aprofundar a parceria com outros países e blocos".
"Os desafios de uma globalização assimétrica, exemplificados pelas dificuldades enfrentadas para concluir a Rodada Doha para o Desenvolvimento, realçam ainda mais o caráter estratégico do nosso projeto comum. O Mercosul é cada vez mais um instrumento fundamental para a inserção de nossos países nos fluxos mundiais de comércio e investimento", disse o presidente durante seu discurso na cúpula dos chefes de Estado.
O presidente disse que as parcerias com outros blocos e países farão o Mercosul "se fortalecer como interlocutor internacional".
A mensagem de Lula vem depois do fracasso do G4, grupo integrado por Brasil, Índia, Estados Unidos e União Européia, nas negociações da Rodada Doha de liberalização comercial na OMC (Organização Mundial do Comércio).

Apoio
Apesar do insucesso nas negociações, o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) disse que o Brasil recebeu apoio unânime de seus pares na reunião do Mercosul.
Um desses apoios, o da Venezuela, veio em público, na reunião: o vice-presidente Jorge Rodríguez, que representou Hugo Chávez, em viagem à Rússia, disse que a Venezuela "apoiava, felicitava e saudava" os esforços do Brasil na OMC.
A Rodada Doha foi também um dos temas da reunião bilateral que Lula teve ontem de manhã com a presidente do Chile, Michele Bachelet.
O Chile foi um dos países que assinaram uma carta propondo um "meio-termo" nas negociações da OMC após o fracasso das negociações dentro do G4.
"Ouvi uma manifestação muito clara da presidente e do chanceler [chilenos] de apoio ao que o Brasil tem feito na OMC. Houve uma reiteração do interesse de trabalhar com o Brasil na questão da OMC. E que qualquer iniciativa que não contemplasse isso deveria ser parada", disse Amorim.
Ele atribuiu ao fato de o Chile ter se associado à proposta que não incluiu o Brasil a "mistérios de Genebra (cidade-sede da OMC)".
Além de Lula e Bachelet, participaram da cúpula de ontem em Assunção os presidentes Nicanor Duarte (Paraguai), Tabaré Vázquez (Uruguai), Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador).
No evento, o Paraguai passou a presidência pro tempore do Mercosul, pelos próximos seis meses, para o Uruguai. (RR)


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