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Mercosul deve aprofundar parcerias, diz Lula
DO ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, durante
sua participação na 33ª Cúpula
dos Presidentes do Mercosul,
realizada em Assunção (Paraguai), que, "agora, mais do que
nunca", o bloco deve "aprofundar a parceria com outros países e blocos".
"Os desafios de uma globalização assimétrica, exemplificados pelas dificuldades enfrentadas para concluir a Rodada
Doha para o Desenvolvimento,
realçam ainda mais o caráter
estratégico do nosso projeto
comum. O Mercosul é cada vez
mais um instrumento fundamental para a inserção de nossos países nos fluxos mundiais
de comércio e investimento",
disse o presidente durante seu
discurso na cúpula dos chefes
de Estado.
O presidente disse que as
parcerias com outros blocos e
países farão o Mercosul "se fortalecer como interlocutor internacional".
A mensagem de Lula vem depois do fracasso do G4, grupo
integrado por Brasil, Índia, Estados Unidos e União Européia,
nas negociações da Rodada Doha de liberalização comercial
na OMC (Organização Mundial
do Comércio).
Apoio
Apesar do insucesso nas negociações, o ministro Celso
Amorim (Relações Exteriores)
disse que o Brasil recebeu apoio
unânime de seus pares na reunião do Mercosul.
Um desses apoios, o da Venezuela, veio em público, na reunião: o vice-presidente Jorge
Rodríguez, que representou
Hugo Chávez, em viagem à
Rússia, disse que a Venezuela
"apoiava, felicitava e saudava"
os esforços do Brasil na OMC.
A Rodada Doha foi também
um dos temas da reunião bilateral que Lula teve ontem de
manhã com a presidente do
Chile, Michele Bachelet.
O Chile foi um dos países que
assinaram uma carta propondo
um "meio-termo" nas negociações da OMC após o fracasso
das negociações dentro do G4.
"Ouvi uma manifestação
muito clara da presidente e do
chanceler [chilenos] de apoio
ao que o Brasil tem feito na
OMC. Houve uma reiteração
do interesse de trabalhar com o
Brasil na questão da OMC. E
que qualquer iniciativa que não
contemplasse isso deveria ser
parada", disse Amorim.
Ele atribuiu ao fato de o Chile
ter se associado à proposta que
não incluiu o Brasil a "mistérios de Genebra (cidade-sede
da OMC)".
Além de Lula e Bachelet, participaram da cúpula de ontem
em Assunção os presidentes
Nicanor Duarte (Paraguai), Tabaré Vázquez (Uruguai), Néstor Kirchner (Argentina), Evo
Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador).
No evento, o Paraguai passou
a presidência pro tempore do
Mercosul, pelos próximos seis
meses, para o Uruguai.
(RR)
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