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Forbes investe US$ 400 mi no álcool
Empresa americana erguerá usina na República Dominicana com tecnologia brasileira visando EUA
75% do total investido deve ficar na região de Ribeirão Preto; planta no Caribe se beneficiará de acordo de livre comércio com EUA
JORGE SOUFEN JR
DA FOLHA RIBEIRÃO
O grupo americano Forbes
anunciou em Ribeirão Preto,
interior de São Paulo, que investirá US$ 400 milhões, ou R$
796 milhões, para montar uma
usina de cana-de-açúcar na República Dominicana, país da
América Central.
Do total dos investimentos,
75% (o equivalente a R$ 597
milhões) devem ficar no país,
na região de Ribeirão Preto,
principal pólo sucroalcooleiro
do mundo. O restante será investido na construção da usina
na ilha de Santo Antonio.
O CEO da Forbes, Lucien Edward Forbes, esteve em Ribeirão Preto para assinar o contrato com um consórcio formado
por dez empresas da região para a construção da usina. Lideradas pela Proeng, de Jaboticabal, as empresas vão fornecer o
projeto de construção, know-how e maquinário para o empreendimento internacional.
"É um momento histórico
porque, com esse empreendimento, queremos modificar a
política energética, primeiro,
dos EUA e, depois, do mundo. A
energia renovável é a forma de
salvar o planeta", disse o executivo, em português fluente.
É o primeiro grande investimento americano a beneficiar
o setor sucroalcooleiro do Brasil anunciado desde a visita do
presidente do EUA, George W.
Bush, ao país, em março.
A Forbes já revende álcool
brasileiro nos EUA. A nova usina será a primeira do grupo e,
além de produzir álcool com
cana plantada na República
Dominicana, vai transformar o
álcool hidratado comprado do
Brasil em anidro (que é misturado à gasolina).
Segundo Forbes, a República
Dominicana foi escolhida porque faz parte do acordo de livre
comércio entre EUA, América
Central e o país (Cafta-DR), o
que garante a exportação do álcool a preços bem mais baixos
do que se a usina fosse construída no Brasil.
Forbes disse que o grupo não
pretende produzir açúcar.
Também afirmou que a plantação de cana será orgânica -sem
uso de agrotóxicos ou fertilizantes sintéticos. A lavoura será totalmente mecanizada.
Ele prevê que a usina começará a produzir no primeiro semestre de 2008 cerca de 750
mil litros de álcool/dia. Em plena capacidade, deverá chegar a
3 milhões. Terá capacidade inicial de processar 4 milhões de
toneladas de cana ao ano, chegando ao auge de 7 milhões.
A usina também vai produzir
energia pelo bagaço da cana (a
chamada co-geração) e subprodutos da cana, como fertilizantes. O empreendimento deverá
criar 5.000 empregos diretos.
Segundo Forbes, a empresa
poderá expandir os investimentos no Caribe e em Cuba e
já tem outros dois projetos engatilhados, um na Nigéria, outro no Equador. "No Brasil, estamos estudando."
João Luiz Franca, diretor da
Proeng, afirmou que o projeto
da usina na República Dominicana prevê o mínimo de poluição. "É uma unidade que tem
preocupação muito grande
com o impacto ambiental, que
será praticamente zero."
O grupo Forbes trabalha com
sistemas globais de telecomunicação por tecnologia digital e
também publica a revista de
mesmo nome, de negócios.
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