|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CVM terá primeira mulher na presidência
Maria Helena Santana era diretora da autarquia e teve papel importante na criação do Novo Mercado da Bovespa
Senado precisa aprovar nome; governo teve dificuldade para indicar sucessor de Trindade devido a salário pouco atraente
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A economista Maria Helena
Santana será a primeira mulher
a presidir a CVM (Comissão de
Valores Mobiliários). Atual diretora da instituição, ela foi indicada ontem para o cargo pelo
ministro da Fazenda, Guido
Mantega. Seu mandato será de
cinco anos.
Santana substituirá o advogado Marcelo Trindade, que assumiu em 2004 para completar
o mandato do também advogado Luiz Leonardo Cantidiano,
que havia sido indicado no governo do tucano Fernando
Henrique Cardoso.
Segundo a CVM, Trindade ficará no posto até o dia 15 de julho, quando se encerra seu
mandato. Não havia a possibilidade de renovação do mandato
de Trindade, segundo informou a CVM.
A indicação de Santana precisa ainda ser confirmada pelo
Senado, que fará uma sabatina
com a economista.
Formada em economia pela
USP em 1990, Santana assumiu
uma cadeira na direção da
CVM em julho de 2006. Antes,
atuava como superintendente
de relações com empresas da
Bovespa.
Santana foi uma das líderes
da criação do Novo Mercado da
Bovespa e dos demais níveis diferenciados de governança da
Bolsa, em 2000. A economista
trabalhou na Bovespa por 12
anos.
Ela também participou da
formatação do Bovespa Mais, o
chamado mercado de acesso,
destinado a empresas de menor
porte que pretendem se lançar
no mercado de capitais.
O presidente da Bovespa,
Raymundo Magliano Filho,
elogiou a indicação: "Foi uma
escolha muito boa. É uma pessoa que tem conhecimento
profundo do mercado de capitais e foi uma das criadoras do
Novo Mercado. Ela conhece
não só a parte conceitual [do
mercado de capitais] como
também a parte prática", disse.
Segundo o presidente da Bovespa, o Novo Mercado atraiu
mais investidores para a Bolsa e
permitiu um aumento que se
tem visto de ofertas de ações
novas empresas.
Ontem, Maria Helena Santana foi à Brasília se encontrar
com o ministro da Fazenda para tratar de sua indicação à presidência da CVM. Mantega teria encontrado dificuldades para encontrar um nome em razão do baixo salário para altos
executivos, de pouco mais de
R$ 7.000.
Nos últimos dias, outros nomes também foram cogitados
para o cargo. Entre eles, os dos
ex-diretores da CVM Norma
Parente e Durval Soledade,
funcionário de carreira do
BNDES, e de Renato Chaves,
diretor de Participações da
Previ.
A CVM é uma autarquia que
regulamenta e supervisiona o
mercado de capitais. O crescente número de vazamentos de
informações confidenciais sobre ações -como na recente
venda do grupo Ipiranga- deve
ser uma de suas prioridades.
Com a indicação da diretora à
presidência e a saída de Trindade no dia 15, será aberta mais
uma vaga na diretoria colegiada
da CVM, composta por cinco
pessoas atualmente.
Texto Anterior: Cresce recuo do álcool nos postos de SP Próximo Texto: Deutsche Bank faz aporte de R$ 950 milhões no Unibanco Índice
|