São Paulo, sábado, 30 de junho de 2007

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CVM terá primeira mulher na presidência

Maria Helena Santana era diretora da autarquia e teve papel importante na criação do Novo Mercado da Bovespa

Senado precisa aprovar nome; governo teve dificuldade para indicar sucessor de Trindade devido a salário pouco atraente


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A economista Maria Helena Santana será a primeira mulher a presidir a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Atual diretora da instituição, ela foi indicada ontem para o cargo pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Seu mandato será de cinco anos.
Santana substituirá o advogado Marcelo Trindade, que assumiu em 2004 para completar o mandato do também advogado Luiz Leonardo Cantidiano, que havia sido indicado no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Segundo a CVM, Trindade ficará no posto até o dia 15 de julho, quando se encerra seu mandato. Não havia a possibilidade de renovação do mandato de Trindade, segundo informou a CVM.
A indicação de Santana precisa ainda ser confirmada pelo Senado, que fará uma sabatina com a economista.
Formada em economia pela USP em 1990, Santana assumiu uma cadeira na direção da CVM em julho de 2006. Antes, atuava como superintendente de relações com empresas da Bovespa.
Santana foi uma das líderes da criação do Novo Mercado da Bovespa e dos demais níveis diferenciados de governança da Bolsa, em 2000. A economista trabalhou na Bovespa por 12 anos.
Ela também participou da formatação do Bovespa Mais, o chamado mercado de acesso, destinado a empresas de menor porte que pretendem se lançar no mercado de capitais.
O presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, elogiou a indicação: "Foi uma escolha muito boa. É uma pessoa que tem conhecimento profundo do mercado de capitais e foi uma das criadoras do Novo Mercado. Ela conhece não só a parte conceitual [do mercado de capitais] como também a parte prática", disse.
Segundo o presidente da Bovespa, o Novo Mercado atraiu mais investidores para a Bolsa e permitiu um aumento que se tem visto de ofertas de ações novas empresas.
Ontem, Maria Helena Santana foi à Brasília se encontrar com o ministro da Fazenda para tratar de sua indicação à presidência da CVM. Mantega teria encontrado dificuldades para encontrar um nome em razão do baixo salário para altos executivos, de pouco mais de R$ 7.000.
Nos últimos dias, outros nomes também foram cogitados para o cargo. Entre eles, os dos ex-diretores da CVM Norma Parente e Durval Soledade, funcionário de carreira do BNDES, e de Renato Chaves, diretor de Participações da Previ.
A CVM é uma autarquia que regulamenta e supervisiona o mercado de capitais. O crescente número de vazamentos de informações confidenciais sobre ações -como na recente venda do grupo Ipiranga- deve ser uma de suas prioridades.
Com a indicação da diretora à presidência e a saída de Trindade no dia 15, será aberta mais uma vaga na diretoria colegiada da CVM, composta por cinco pessoas atualmente.


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