São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Carteira de crédito do BB atinge R$ 200 bi

O Banco do Brasil divulga amanhã que sua carteira de crédito no Brasil e no exterior atingiu, em junho, R$ 200 bilhões. O crescimento foi de 20% em relação a dezembro de 2007. A instituição continua na liderança dos empréstimos, já que o mercado como um todo aumentou suas linhas de financiamento em 11% no período.
A expansão do crédito do BB se deu em todas as carteiras e ainda não recebeu o impacto de alta esperado na área de imóveis, já que o Banco Central autorizou a instituição a oferecer financiamento imobiliário com o uso de recursos do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) há apenas 15 dias. A área que mais cresceu, no entanto, foi a destinada a pessoas jurídicas.
Ao atingir os R$ 200 bilhões, o BB passa a responder por 20% do crédito oferecido no país, que equivale a cerca de 35% do PIB.
Especialistas da área destacam a importância do volume dos empréstimos do banco e o fato de, ao serem destinados em boa parte a empresas, ajudarem parcialmente a reduzir as pressões inflacionárias.
Porém, o crescimento ininterrupto dos financiamentos acompanhado de alta de preços podem começar a preocupar. "Crédito é relevante e importante para o crescimento do país, mas tem de ser tomado em doses moderadas e o brasileiro está se lambuzando", diz William Eid Jr, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV.
Segundo Eid, não há preocupação com a saúde financeira dos bancos, que têm modelos sólidos para controlar empréstimos, mas com as famílias.
"Qualquer crise que resulte em aumento de taxas de juros ou desemprego as colocará em situação difícil", afirma Eid. "Isso vale para o pequeno empresário, que confunde suas contas com as da empresa."
Para Virginia Oliveira, professora de finanças da Fundação Dom Cabral, a disponibilidade inédita de crédito é um ótimo sinal. "Mas os empréstimos estão pressionando a inflação e os consumidores podem estar ficando endividados além da conta."

CADAFALSO
Pesquisa da consultoria Booz & Co. mostra que os presidentes executivos dificilmente são demitidos por causa de resultados ruins de curto prazo para os acionistas. O levantamento foi feito nas 2.500 maiores empresas de capital aberto do mundo e indicou que, no Brasil, a realidade não é muito diferente dos EUA e da Europa. Apesar de a exigência ser um pouco menor na Argentina, no Chile a possibilidade de demissão por resultados insatisfatórios é de apenas 6,5%, o que, segundo a Booz & Co, reflete o conservadorismo das empresas.

PASSO A PASSO

Começa amanhã, em São Paulo, a 40ª edição da Francal, feira nacional de calçados. Depois de amargar um longo período de perdas nas exportações, o setor, em 2007, registrou alta de 2,6% no faturamento, alcançando US$ 1,9 bilhão. Para este ano, a previsão é ultrapassar, pela primeira vez, os US$ 2 bilhões. Segundo Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal, a feira, que vai até sexta, deve receber 3.000 compradores internacionais. A Abicalçados (Associação Brasileira de Calçados) vai trazer para a Francal deste ano 14 importadores de mercados estratégicos como África do Sul, Alemanha, EUA, Grécia, Itália, Japão e Turquia, por meio do programa Projeto Comprador, feito em parceria com a Apex.

Abertura de empresas cresce no ES

Nos cinco primeiros meses do ano, o Estado do Espírito Santo registrou aceleração expressiva na abertura de empresas. O número de novos negócios registrados pela Junta Comercial do Estado chegou a 4.735, com alta de mais de 18% em relação ao mesmo período de 2007. O número de extinções no intervalo foi de 1.304.
O crescimento, no entanto, pode não espelhar na mesma proporção a criação de empregos. Isso porque a maior parte das novas empresas são pequenas, de empresários e sociedades limitadas, que representam 99% dos registros. No ranking das 50 cidades que mais geraram vagas, de janeiro a maio, segundo o Ministério do Trabalho, só aparece um município do Estado, Vitória, em 37º lugar.
De acordo com a junta, para cada microempresa aberta são criados pelo menos cinco novos postos de trabalho.
Para Guilherme Dias, secretário de desenvolvimento do Espírito Santo, siderurgia, petróleo e gás e comércio exterior guiam o crescimento. "O Estado vive também um bom momento em outros segmentos, como agronegócio e construção civil."

LUZ ACESA
O Ministério de Minas e Energia criou grupo de trabalho para analisar soluções para a renovação das concessões do setor. Muitas das concessões de hidrelétricas, linhas de transmissão e distribuição vencem em 2015 e empréstimos de longo prazo começam a se tornar difíceis por conta da incerteza do modelo e pelo fim das garantias de fluxo de caixa.

MURALHA
Será apresentada, quinta, na sede da CNI, a Agenda China. Estarão presentes os ministros Miguel Jorge (Desenvolvimento), Celso Amorim (Relações Exteriores), Reinhold Stephanes (Agricultura), Ernesto Heinzelmann, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China, e Armando Monteiro Neto (CNI). O documento, de mais de cem páginas, define agenda de atividades até 2010 para fortalecer relações econômicas entre Brasil e China.

CONECTIVIDADE
Desembarca no Brasil, amanhã, Phil Edwards, presidente da holandesa Draka, de fibras ópticas. Edwards será recebido por Juan Quirós, conselheiro mundial do grupo, em Campinas, para falar de oportunidades de negócios e da economia brasileira.


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