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Pacote reduz juros e amplia desonerações
Governo diminui custo dos empréstimos do BNDES, renova corte de IPI e amplia benefício para o setor de máquinas
Juros do banco ao setor produtivo ficarão menores por conta da redução da TJLP (taxa de longo prazo) e
de subsídios do Tesouro
Alan Marques/Folha Imagem
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Lula, o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, no anúncio das medidas, ontem no Itamaraty
LEANDRA PERES
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para tentar estimular a economia, abatida pela crise econômica global, o governo reduziu juros nos empréstimos do
BNDES, decidiu subsidiar os financiamentos do banco e prorrogou reduções de tributos
concedidas no início do ano e
que acabariam em julho.
O custo direto do pacote
anunciado ontem será de R$
3,342 bilhões até o fim do ano,
mas o Tesouro Nacional terá
despesas indiretas que poderão
somar outros R$ 4,4 bilhões.
A principal medida que não
havia sido antecipada foi a queda na TJLP (Taxa de Juros de
Longo Prazo). Fixada em
6,25% ao ano desde julho de
2007, a taxa usada nos empréstimos do BNDES ao setor produtivo cairá para 6% a partir de
amanhã. A decisão será formalizada hoje, em reunião do Conselho Monetário Nacional.
Anunciado em solenidade
com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
o pacote foi apresentado como
mais uma das chamadas políticas anticíclicas adotadas até
agora -ou seja, que usam o aumento de gastos do governo para evitar o desaquecimento da
economia. As desonerações feitas pelo governo de janeiro a
maio custaram R$ 10,9 bilhões,
segundo a Receita Federal.
"A economia se fortaleceu e
se habilitou para fazer política
anticíclica. Em vez de reduzir,
estamos aumentando os gastos
públicos e os investimentos",
disse o ministro Guido Mantega (Fazenda), que não descartou eventuais novas medidas.
O outro pilar do pacote lançado ontem foi a renovação de
desonerações tributárias que
estavam em vigor desde o início
do ano e que venceriam em julho. O setor automotivo foi o
mais beneficiado com a prorrogação do corte do IPI até setembro, conforme a Folha antecipou em 11 de junho.
A partir de outubro, as alíquotas sobem gradualmente e
retornam aos percentuais pré-crise em janeiro de 2010. O
custo para o governo será de R$
1,4 bilhão de julho a dezembro.
Se forem somadas também as
desonerações para caminhões
e motos, a cadeia automotiva
deixará de recolher outros R$
442 milhões até o final do ano.
Financiamentos
As empresas que tomarem financiamentos no BNDES também serão beneficiadas com a
revisão na taxa que o Tesouro
Nacional cobra sobre o repasse
de R$ 100 bilhões que fez ao
banco. A partir de agora, o
BNDES não precisará mais remunerar o Tesouro com uma
taxa de 1% acima da TJLP.
Com isso, os empréstimos tomados com origem nesse dinheiro, destinados principalmente a operações de capital de
giro, ficarão mais baratos.
Além disso, o governo dará
um subsídio implícito às empresas que pode somar cerca de
R$ 3 bilhões dependendo da taxa de juros no futuro. Esse custo equivale à diferença entre os
juros que o Tesouro paga ao
emitir títulos no mercado financeiro e o que receberá do
BNDES até a devolução do dinheiro repassado.
O governo desembolsará ainda R$ 1 bilhão em ações para capitalizar dois fundos que serão
criados, pelo BNDES e pelo
Banco do Brasil, para dar aval a
financiamentos de micro e pequenas empresas.
A outra despesa indireta para
os cofres públicos é o subsídio
na taxa de juros para compra,
exportação e produção de máquinas e equipamentos, setor
que foi um dos principais beneficiados no pacote anunciado
ontem. O Ministério da Fazenda estima que, neste ano, o gasto possa chegar a R$ 400 milhões, mas diz estar preparado
para abrir mão de até R$ 2 bilhões nessas operações.
Com isso, as taxas para a
compra de caminhões por autônomos terão a maior redução, caindo de 13,5% ao ano para 4,5% ao ano. Já os juros nas
linhas destinadas à compra de
bens de capital serão reduzidos
de 10,25% ao ano para 4,5% ao
ano. A outra medida destinada
aos fabricantes de máquinas e
equipamentos foi a redução,
até o mês de dezembro, do IPI
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