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Ministros rejeitam opinião do Fundo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os ministros Ricardo Berzoini
(Previdência) e José Dirceu (Casa
Civil) criticaram ontem o FMI
(Fundo Monetário Internacional)
por dar opiniões sobre a política
econômica adotada pelo governo
brasileiro.
"Eu, pessoalmente, não ligo
nem um pouco para a opinião do
FMI", declarou Berzoini, que já se
recusou, por duas vezes, a receber
técnicos do FMI durante as reuniões para a segunda e terceira revisão do acordo assinado com o
Brasil no ano passado.
Anteontem, o IEO (Escritório
Independente de Avaliação, na sigla em inglês) divulgou relatório
em que reconhece ter errado em
suas avaliações durante a crise
cambial brasileira (1998-1999),
com críticas à gestão da equipe
econômica do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pela
falta de transparência na divulgação de dados sobre a economia
brasileira.
O IEO foi criado pelo FMI justamente por causa das críticas que
sofria em decorrência de sua atuação na crise dos países asiáticos,
em 1997, e na América Latina.
"É público e notório que isso
[erro na avaliação do FMI] aconteceu. Não vejo por que o FMI tenha que fazer análises, mas, já que
fez, cada um que tire suas conclusões", disse Dirceu.
De acordo com Dirceu, o importante para o Brasil é "olhar para a frente" e realizar as reformas
tributária e da Previdência, aprovar a lei de falências e "reduzir os
juros de maneira consistente" para estimular o crescimento econômico no país.
Boca fechada
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) não quis comentar
o relatório do FMI. Palocci disse
que ainda não leu o documento e,
por isso, não poderia fazer comentários.
Palocci também afirmou que
não tinha visto as declarações do
ministro Berzoini sobre o FMI e
não fez nenhuma observação sobre o assunto.
Questionado se o relatório do
Fundo não seria uma forma de
pressão, Palocci disse que não vê
dessa forma, pois o documento
faz referências ao governo anterior.
"Eu leio o documento e falo
com vocês (jornalistas) depois",
reafirmou o ministro.
Berzoini disse ainda que o FMI
deveria avaliar mais os "erros que
cometeu na América Latina".
Desde o fim de semana, uma
nova missão do FMI está em Brasília para a quarta revisão do acordo com o Brasil. O chefe da missão, Jorge Marquez-Ruarte, não
quis comentar as declarações de
Berzoini.
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