São Paulo, sexta-feira, 30 de julho de 2004

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PRESSÃO

IGP-M registra leve recuo de junho para julho, passando de 1,38% para 1,31%

Recuperação da demanda já pressiona alguns preços

DA SUCURSAL DO RIO

A inflação de julho caiu muito pouco em relação ao registrado em junho, de acordo com o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) deste mês. O índice ficou em 1,31%- apenas 0,07 ponto percentual abaixo do registrado no mês passado, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Além da inflação ter caído pouco, a recuperação da demanda das indústrias já causou a aceleração da inflação de algumas matérias-primas, como o aço e as matérias plásticas.
"Há sinais de que a recuperação da economia brasileira está aumentando a demanda das empresas, causando uma pressão de preços nas matérias-primas", afirmou o economista André Braz, da FGV.
As matérias-primas semi-elaboradas, por exemplo, tiveram alta de preço de 2,15% em junho e de 3,15% em julho. O grupo de aço, ferro e derivados ficou em 3,84% depois de registrar 2,38% no mês anterior. Já as matérias plásticas subiram 4,63%. Em junho, cresceram 3,14%.
Os preços no atacado, medidos pelo IPA (Índice de Preços no Atacado), registraram alta de 1,58%, uma escalada menor do que a do mês anterior, quando haviam registrado elevação de 1,73%.
A principal razão para a desaceleração dos preços no atacado foi a menor alta dos produtos agrícolas, por causa do fim do frio que prejudicou as lavouras no mês passado. A inflação dos agrícolas passou de 1,23% para 0,61%.
"A desaceleração do atacado é uma boa notícia porque significa que o repasse para o varejo será menor", disse o economista da FGV.
Para o consumidor, a inflação também foi menor. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) passou de 0,76% para 0,67% de junho para julho.
Se por um lado, os alimentos subiram menos do que no mês passado, houve em julho o impacto dos reajustes da gasolina e das tarifas de telefonia fixa e de energia elétrica em São Paulo, que pesaram no bolso do consumidor.
O INCC (Índice Nacional do Custo da Construção) registrou aceleração de preços. O índice passou de 0,56% para 1,12% devido a dissídios salariais e à alta de materiais e serviços do setor.

Segue a pressão
Para agosto, a expectativa da FGV é a de que o IGP-M permaneça em torno de 1%. "Ainda existem algumas pressões que ainda vão contribuir para que o IGP-M não ceda", disse Braz.
No ano, O IGP-M acumula alta de 8,18%. Nos últimos 12 meses, a taxa alcança 11,51%.
O IGP-M de julho foi calculado com base em preços coletados entre os dias 21 de junho e 20 de julho. O índice é composto pelo IPA, IPC e INCC, cujos pesos são de 60%, 30% e 10%, respectivamente.


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