São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2008

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Na esteira dos EUA, Bolsa de SP sobe 2,06%

Recuo do petróleo animou o mercado; dólar vai a R$ 1,568

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de uma seqüência de cinco pregões de queda, a Bovespa conseguiu respirar ontem, na esteira do resultado positivo registrado pelo mercado norte-americano. A Bolsa de Valores de São Paulo conquistou valorização de 2,06% e foi a 58.042 pontos.
O índice Dow Jones, que reúne as 30 ações americanas de maior liquidez, teve alta de 2,39%. A Bolsa eletrônica Nasdaq, dos papéis de companhias de alta tecnologia, subiu 2,45%.
Wall Street ganhou ânimo com o recuo do barril de petróleo, que desceu a US$ 122,19. A queda de 2,04% no preço do petróleo ontem em Nova York levou a depreciação do produto acumulada neste mês para 12,85%. Há poucas semanas, o petróleo rondava US$ 145.
A elevação do petróleo representa uma ameaça ao controle inflacionário. Por isso, o mercado acionário responde positivamente quando o produto se enfraquece.
Declarações de Chakib Khelil, presidente da Opep, ajudaram a esfriar o petróleo. "Se o dólar continuar se fortalecendo e a situação política [em relação ao Irã] melhorar, então o preço no longo prazo será de cerca de US$ 78", disse Khelil.
A melhora apresentada pelo dado de confiança do consumidor norte-americano também favoreceu o dia de recuperação do mercado financeiro.
Na Bolsa paulista, o recuo do petróleo não costuma ser uma notícia muito positiva, pois acaba por prejudicar o desempenho das ações da Petrobras, que são as de maior peso no índice Ibovespa. A ação preferencial da Petrobras, a mais negociada da Bolsa, caiu 0,14%; a ação ordinária da empresa petrolífera subiu 1,09%.
Os papéis de empresas dos setores siderúrgico e aéreo tiveram ganhos mais expressivos, como mostram as altas de Gol PN (4,65%), CSN ON (4,51%), Gerdau PN (4,01%) e Vale PNA (2,22%).
Todavia, apesar do dia de ganhos, a movimentação na Bolsa paulista foi relativamente fraca. Ontem foram movimentados R$ 4,68 bilhões -a média diária dos pregões no ano é de R$ 6,15 bilhões.
O atual desinteresse dos estrangeiros pelas ações brasileiras tem sido sentido pela Bolsa. Tanto que a queda do Ibovespa neste mês ainda é muito elevada -está em 10,73%.
Neste mês, até o dia 24, a saída líquida de capital externo da Bolsa estava em R$ 7,39 bilhões -o pior balanço da história foram os R$ 7,41 bilhões negativos de junho.
Ao menos essa perda de capital externo do mercado acionário não tem afetado o câmbio. É que os estrangeiros têm, atraídos pelos juros, aplicado em títulos de renda fixa.
O dólar encerrou em baixa de 0,34%, a R$ 1,568 -menor cotação desde janeiro de 1999.


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