São Paulo, quinta-feira, 30 de julho de 2009

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"Minha eleição rompeu o status quo"

DA REPORTAGEM LOCAL

"A reação das quatro confederações patronais era esperada. Significa a derrota do atual sistema, que permitia a essas entidades se manterem no poder. Essas confederações estão no Codefat [Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador] exatamente para isso: pelo poder. A minha eleição rompe com esse status quo."
A afirmação é do empresário Luigi Nese, presidente da CNS (Confederação Nacional de Serviços), eleito anteontem presidente do Codefat sob protesto de quatro confederações empresariais, que deixaram o conselho.
Empresário do setor de informática desde 1967, Nese preside há 20 anos o Seprosp (Sindicato das Empresas de Processamento de Dados e Serviços de Informática do Estado de São Paulo), que representa, segundo diz, 40 mil companhias. Comanda também a CNS, que foi criada em 2001 e obteve registro sindical do Ministério do Trabalho no fim de 2008. As duas entidades funcionam no terceiro andar de um prédio comercial em São Paulo.
"As empresas do setor de serviços e o Seprosp estavam ligados inicialmente à Fecomercio SP. Mas o setor de serviços cresceu muito e entendemos que era hora de ter mais representatividade. Por isso, fundamos a Fesesp [Federação de Serviços do Estado de São Paulo], em 1994, da qual sou vice-presidente. Depois, surgiu a CNS, que conta hoje com apoio de seis federações empresariais."
Nese diz que é alvo de uma série de ações judiciais para anular as entidades sindicais que ajudou a fundar. "Vamos continuar batalhando porque o setor de serviços representa 67% do PIB e merece ter sua representatividade reconhecida."
A CNS se mantém, de acordo com ele, com a mensalidade das seis federações associadas que atuam no segmento de serviços, serviços técnicos em informática, serviços culturais e de representação comercial -juntas, pagam cerca de R$ 20 mil mensais à confederação.
"Não temos estrutura complexa funcionando, nem funcionários, nem prédio de 30 andares como sede. Somos enxutos. Não temos recursos ainda da contribuição sindical porque fomos reconhecidos em 2008", afirma.
Sobre o apoio recebido em sua eleição ao comando do Codefat, inclusive das centrais sindicais, diz: "Sempre tive bom relacionamento com as centrais e os sindicatos de trabalhadores que atuam no setor de serviços".
(CLAUDIA ROLLI)


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