São Paulo, quinta-feira, 30 de julho de 2009

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Obama vê início do fim da recessão americana

BC dos EUA diz que atividade econômica está se estabilizando, mas em nível baixo

Baixa procura por títulos do Tesouro norte-americano faz com que governo tenha que pagar retorno maior do que o esperado pelos papéis


FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

O Fed (o banco central dos EUA) anunciou ontem que a economia norte-americana está começando a se estabilizar em várias regiões do país.
Já o presidente dos EUA, Barack Obama, disse, ao defender as ações tomadas até aqui, que "podemos estar começando a ver o fim da recessão".
Novos dados de consumo e do mercado de commodities voltaram a apontar, porém, para uma lenta recuperação.
Diz o relato do livro bege, do Fed, que reúne regularmente as impressões dos 12 BCs regionais no país: "Cinco dos distritos usaram os termos "devagar", "fraco" ou "neutro" para descrever os níveis de atividade. Nova York, Cleveland, Kansas City e San Francisco viram sinais de estabilização. Já Minneapolis diz que houve contração".
O documento diz que as vendas em todos os distritos continuam abaixo do patamar de 2008. Assim como os gastos de turistas, que costumam ser mais altos nesta época do ano.
O livro bege afirma ainda que, embora a atividade industrial americana permaneça fraca, houve melhora em relação a algumas semanas atrás.
Ontem, o governo anunciou que os pedidos às fábricas por bens duráveis caíram 2,5% em junho. Foi o maior recuo em cinco meses. Mas o dado não é de todo negativo. Retirando do cálculo o volátil setor de transportes (carros, aviação etc.), houve alta nos pedidos às fábricas de 1,1%, acima do esperado.
Para alguns economistas, os números de ontem mostram sinais de estabilização do setor industrial depois de vários meses de demissões, fechamento de fábricas e diminuição de estoques. Mas os últimos indicadores anunciados nos EUA permanecem muito contraditórios. Embora apontem para uma estabilização ou fraco crescimento, não há sinais de recuperação no mercado de trabalho ou na renda.
Em seu relatório, o Fed afirmou que "a fragilidade do mercado de trabalho virtualmente eliminou as pressões por aumentos de salários". Uma das preocupações atuais do Fed é monitorar as pressões inflacionárias (que incluem salários) depois da forte expansão na quantidade de dólares despejada na economia para tentar tirar o país da crise.
No mercado financeiro, os dados "fracos" e "neutros" vêm reforçando a aposta de que os preços das ações na Bolsa de Nova York podem ter atingido, por enquanto, o limite de alta.
Ontem, em uma nova oferta de US$ 39 bilhões em títulos feita pelo Tesouro dos EUA ao mercado, a procura por esses papéis foi menor que a esperada, fazendo com que o retorno deles chegasse a 2,689% ao ano, acima dos 2,635% esperados.


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