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Obama vê início do fim da recessão americana
BC dos EUA diz que atividade econômica está se estabilizando, mas em nível baixo
Baixa procura por títulos do Tesouro norte-americano faz com que governo tenha que pagar retorno maior do que o esperado pelos papéis
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
O Fed (o banco central dos
EUA) anunciou ontem que a
economia norte-americana está começando a se estabilizar
em várias regiões do país.
Já o presidente dos EUA, Barack Obama, disse, ao defender
as ações tomadas até aqui, que
"podemos estar começando a
ver o fim da recessão".
Novos dados de consumo e
do mercado de commodities
voltaram a apontar, porém, para uma lenta recuperação.
Diz o relato do livro bege, do
Fed, que reúne regularmente
as impressões dos 12 BCs regionais no país: "Cinco dos distritos usaram os termos "devagar",
"fraco" ou "neutro" para descrever os níveis de atividade. Nova
York, Cleveland, Kansas City e
San Francisco viram sinais de
estabilização. Já Minneapolis
diz que houve contração".
O documento diz que as vendas em todos os distritos continuam abaixo do patamar de
2008. Assim como os gastos de
turistas, que costumam ser
mais altos nesta época do ano.
O livro bege afirma ainda
que, embora a atividade industrial americana permaneça fraca, houve melhora em relação a
algumas semanas atrás.
Ontem, o governo anunciou
que os pedidos às fábricas por
bens duráveis caíram 2,5% em
junho. Foi o maior recuo em
cinco meses. Mas o dado não é
de todo negativo. Retirando do
cálculo o volátil setor de transportes (carros, aviação etc.),
houve alta nos pedidos às fábricas de 1,1%, acima do esperado.
Para alguns economistas, os
números de ontem mostram sinais de estabilização do setor
industrial depois de vários meses de demissões, fechamento
de fábricas e diminuição de estoques. Mas os últimos indicadores anunciados nos EUA permanecem muito contraditórios. Embora apontem para uma estabilização ou fraco
crescimento, não há sinais de
recuperação no mercado de
trabalho ou na renda.
Em seu relatório, o Fed afirmou que "a fragilidade do mercado de trabalho virtualmente
eliminou as pressões por aumentos de salários". Uma das
preocupações atuais do Fed é
monitorar as pressões inflacionárias (que incluem salários)
depois da forte expansão na
quantidade de dólares despejada na economia para tentar tirar o país da crise.
No mercado financeiro, os
dados "fracos" e "neutros" vêm
reforçando a aposta de que os
preços das ações na Bolsa de
Nova York podem ter atingido,
por enquanto, o limite de alta.
Ontem, em uma nova oferta
de US$ 39 bilhões em títulos
feita pelo Tesouro dos EUA ao
mercado, a procura por esses
papéis foi menor que a esperada, fazendo com que o retorno
deles chegasse a 2,689% ao ano,
acima dos 2,635% esperados.
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