|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br
"Programa de Lula é voluntarista", diz Leme
O programa de governo do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva para um eventual segundo mandato, divulgado ontem,
chama a atenção pela total ausência de medidas concretas
que possibilitem atingir os objetivos definidos em suas 30 páginas de compromissos extremamente ambiciosos.
O documento traça como objetivos o crescimento sustentável, a estabilidade monetária e
responsabilidade fiscal, a redução da vulnerabilidade externa,
a expansão do investimento, da
produção e da produtividade, a
ampliação dos mercados interno e externo, o crescimento da
formalização do emprego, o aumento da massa salarial e real,
a expansão do crédito e a redução da fome, da miséria e das
desigualdades, por meio da ampliação dos programas sociais.
Tudo isso sem especificar de
que forma essas promessas poderão ser cumpridas.
O economista Paulo Leme,
da Goldman Sachs, considera
positivo o fato de o documento
reforçar o compromisso do governo Lula com o equilíbrio
macroeconômico, mas sentiu
falta de um detalhamento
maior do programa. "O documento carece de medidas específicas que mostrem como todos esses objetivos serão atingidos", diz Leme. "O programa
é voluntarista."
Há, segundo Leme, excesso
de expressões como inclusão
social, erradicação da fome e
políticas sociais, e carência de
medidas que possam proporcionar tudo isso. O documento
não fala, por exemplo, em reforma da Previdência, reforma
trabalhista ou reforma tributária. Tampouco fala em corte do
gasto público.
Não se pode perder de vista
que se trata de um manifesto
político, com objetivo claro de
tentar a reeleição de Lula, mas,
mesmo assim, Leme acha que
deveria ser menos superficial e
mais específico ao conciliar
tantos objetivos. Quando o programa fala em continuar o processo de redução dos juros, por
exemplo, Leme diz que o governo poderia ter citado a redução
da cunha fiscal, mas não o faz.
"Se o equilíbrio macroeconômico não for desejável, o país só
terá mais inflação e mais juros."
IMPULSO BRASILEIRO
Com o objetivo de impulsionar e divulgar design de
jóias brasileiras, a empresária e consultora do mercado de
jóias Ruthi Dabbah abriu ontem a primeira edição do Jóia
Prime. O evento reúne, até o domingo, 18 designers que
não têm lojas abertas -e trabalham em ateliê fechado. "É
uma oportunidade de conhecer e de ter acesso a essas peças", diz a consultora que promete uma segunda edição
no Brasil no Natal e, em 2007, uma em Portugal e outra
no Salão do Brasil na França, em setembro.
SABOR EUROPEU
Depois de seis anos de atuação com hotéis, bares e restaurantes, a importadora Boxer mira no setor supermercadista. A rede Carrefour acaba de fechar contrato com a
empresa para o fornecimento de cervejas européias em 57
lojas de São Paulo e Estados como Rio de Janeiro e Minas
Gerais. As marcas são as inglesas Newcastle Brown Ale,
Abbot Ale, Old Speckled Hen, Greene King IPA e Ruddles
County e a francesa Kronenbourg 1664. "Até o fim do
ano, esperamos aumentar nossas vendas em 25% com este novo negócio", diz Joroen de Winter, presidente da importadora. "Faremos um trabalho de divulgação com folhetos distribuídos e informações nas prateleiras e com
degustações nas lojas", afirma.
CONSTRUÇÃO DE AÇO
As vendas internas de laminado longo usado na
construção civil devem aumentar 11,5% em 2006, segundo estimativa do IBS
(Instituto Brasileiro de Siderurgia). Em julho deste
ano, as compras de aço destinadas ao setor registraram
crescimento de 33,9% com
relação a julho de 2005, segundo cálculo feito pelo
CBCA (Centro Brasileiro da
Construção em Aço).
TRANSPORTES
O transporte interestadual de passageiros por ônibus está perdendo terreno
para as viagens de avião. Estudo da Direkt, empresa de
pesquisa de mercado, mostra que há uma perda anual
de público dos transportes
rodoviários da ordem de
17%, o que representa cerca
de 3 milhões de pessoas por
ano. Entre outros dados, a
pesquisa mostra que o avião
é o meio que mais mantém
passageiros -cerca de 74%
dos pesquisados que viajaram desse modo repetiram a
opção. Já com o meio ônibus, o índice cai para 53%.
ENTRA-E-SAI
Mais mudanças no Santander/Banespa. Sai Gustavo Murgel, diretor do banco
de atacado, e entra o espanhol Gabriel Alonso. Quem
acaba de desembarcar no
banco também é o economista Odair Abate, que estava no BankBoston. Abate, no
entanto, pode não esquentar
cadeira. Seu nome está sendo cogitado para assumir o
posto de economista-chefe
da Febraban, no lugar de Roberto Troster.
JUSTIÇA E ECONOMIA
Começa, amanhã, a primeira edição do seminário
Estabilidade Econômica e
Poder Judiciário, organizado pela FGV Direito Rio,
com presença do ministro
da Justiça, Thomaz Bastos,
do economista Edmar Bacha e do professor de direito
de Harvard e colunista da
Folha Roberto Mangabeira
Unger, entre outros. Na pauta, a governabilidade como
parâmetro das decisões judiciais e a responsabilidade
do Poder Executivo pela lentidão do Judiciário. "O objetivo é colocar os juristas e os
juízes ao lado dos economistas. Sem essa ligação, não é
possível a reforma da Justiça", diz Joaquim Falcão, diretor da escola. Para haver
mudança, ele defende que é
preciso desestatizar a Justiça. "Os maiores usuários do
Poder Judiciário são o Estado ou as empresas estatais",
afirma.
NEGÓCIO DA ÍNDIA
Será lançada hoje, em São
Paulo, a Câmara de Comércio Brasil-Índia, que tem como meta estreitar as relações comerciais entre os
dois países. Na ocasião, estarão presentes o cônsul-geral
da Índia em SP, S. Swaminathan, o embaixador da Índia
no Brasil, H. S. Puri, e o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Índia, Roberto Paranhos do Rio Branco.
China nomeia argentino para representar AL
A América Latina já tem
um representante para negócios com a China. O empresário argentino Francisco Macri foi nomeado conselheiro sênior para investimentos na América Latina
pelo governo chinês. A idéia
é promover desenvolvimento de setores produtivos na
região. A designação de Macri se baseou em vínculos
criados nos últimos 20 anos.
Próximo Texto: Volks demite; trabalhadores iniciam greve Índice
|