São Paulo, domingo, 30 de agosto de 2009

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Ministros definem hoje aporte na Petrobras e proposta para pré-sal

Lula discute royalties com governadores

VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na véspera do anúncio das novas regras de exploração de petróleo no país, os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Edison Lobão (Minas e Energia) reúnem-se hoje pela manhã para definir os últimos detalhes do projeto de capitalização da Petrobras.
Além desse ponto, falta decidir apenas como será a distribuição dos royalties cobrados na produção de petróleo para finalizar os projetos de lei que serão encaminhados ao Congresso com o novo marco regulatório do setor.
O governo deve encaminhar a proposta de capitalização por meio de projeto de lei, criando as regras que vão permitir um aumento de capital da União na Petrobras, dando a ela suporte financeiro para explorar os novos campos do pré-sal.
A ordem de Dilma e Lobão é não divulgar detalhes da operação, a fim de evitar problemas com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) -a entidade pode abrir investigação caso entenda que o vazamento de informações possa ter favorecido alguns grupos em negócios com ações da estatal.
A proposta de capitalização veio da Petrobras. A empresa fala, reservadamente, num aporte de capital de R$ 100 bilhões. Inicialmente, a ideia foi aceita pela comissão interministerial criada para cuidar do novo marco regulatório do setor. Veio a crise financeira e a opinião dos membros da comissão mudou.
Só que, na reta final, com a decisão presidencial de fortalecer a Petrobras, dando a ela o status de operadora única do pré-sal, a empresa conseguiu convencer o governo de que a operação de aumento de capital voltou a ser necessária.
Além de garantir recursos à estatal para explorar o petróleo do pré-sal, a capitalização tem o objetivo de aumentar a parcela da empresa nas mãos da União.
Hoje, o governo federal detém 55,7% das ações com direito a voto, o que lhe garante o controle da Petrobras. No capital total, porém, é minoritário e sua participação fica em 32,2%, reduzindo a transferência de lucros para o Tesouro.
Nas reuniões com sua equipe, Lula classifica de "erro" a decisão tomada no governo FHC de vender boa parte das ações da empresa. Diz ainda que precisa tentar reverter a situação, na busca de devolver à União a maior parte da estatal.

Estados
Na reunião, os ministros vão acertar os últimos detalhes das propostas sobre os royalties que serão discutidas no jantar entre Lula e os governadores Sergio Cabral (RJ), José Serra (SP) e Paulo Hartung (ES).
Segundo a Folha apurou, caso não chegue a um acordo hoje à noite, o presidente pode propor o agendamento de reuniões com um fórum de governadores nos próximos dias para fechar uma proposta de consenso. Nesse caso, seria enviado um projeto específico sobre a distribuição de royalties ao Congresso, mas não agora; apenas quando houvesse um consenso entre os governadores.
O governo não quer deixar que o tema seja discutido pelo Congresso sem uma referência.


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