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Ministros definem hoje aporte na Petrobras e proposta para pré-sal
Lula discute royalties com governadores
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na véspera do anúncio das
novas regras de exploração de
petróleo no país, os ministros
Dilma Rousseff (Casa Civil) e
Edison Lobão (Minas e Energia) reúnem-se hoje pela manhã para definir os últimos detalhes do projeto de capitalização da Petrobras.
Além desse ponto, falta decidir apenas como será a distribuição dos royalties cobrados
na produção de petróleo para
finalizar os projetos de lei que
serão encaminhados ao Congresso com o novo marco regulatório do setor.
O governo deve encaminhar
a proposta de capitalização por
meio de projeto de lei, criando
as regras que vão permitir um
aumento de capital da União na
Petrobras, dando a ela suporte
financeiro para explorar os novos campos do pré-sal.
A ordem de Dilma e Lobão é
não divulgar detalhes da operação, a fim de evitar problemas
com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) -a entidade
pode abrir investigação caso
entenda que o vazamento de
informações possa ter favorecido alguns grupos em negócios
com ações da estatal.
A proposta de capitalização
veio da Petrobras. A empresa
fala, reservadamente, num
aporte de capital de R$ 100 bilhões. Inicialmente, a ideia foi
aceita pela comissão interministerial criada para cuidar do
novo marco regulatório do setor. Veio a crise financeira e a
opinião dos membros da comissão mudou.
Só que, na reta final, com a
decisão presidencial de fortalecer a Petrobras, dando a ela o
status de operadora única do
pré-sal, a empresa conseguiu
convencer o governo de que a
operação de aumento de capital voltou a ser necessária.
Além de garantir recursos à
estatal para explorar o petróleo
do pré-sal, a capitalização tem o
objetivo de aumentar a parcela
da empresa nas mãos da União.
Hoje, o governo federal detém 55,7% das ações com direito a voto, o que lhe garante o
controle da Petrobras. No capital total, porém, é minoritário e
sua participação fica em 32,2%,
reduzindo a transferência de
lucros para o Tesouro.
Nas reuniões com sua equipe, Lula classifica de "erro" a
decisão tomada no governo
FHC de vender boa parte das
ações da empresa. Diz ainda
que precisa tentar reverter a situação, na busca de devolver à
União a maior parte da estatal.
Estados
Na reunião, os ministros vão
acertar os últimos detalhes das
propostas sobre os royalties
que serão discutidas no jantar
entre Lula e os governadores
Sergio Cabral (RJ), José Serra
(SP) e Paulo Hartung (ES).
Segundo a Folha apurou, caso não chegue a um acordo hoje
à noite, o presidente pode propor o agendamento de reuniões com um fórum de governadores nos próximos dias para fechar uma proposta de consenso. Nesse caso, seria enviado um projeto específico sobre
a distribuição de royalties ao
Congresso, mas não agora; apenas quando houvesse um consenso entre os governadores.
O governo não quer deixar
que o tema seja discutido pelo
Congresso sem uma referência.
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