CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o governo federal deverão liberar até o próximo ano R$ 1,22 bilhão para investimentos em obras ferroviárias no Nordeste, área de concessão da CFN (Companhia Ferroviária do Nordeste), controlada pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).
A CSN é controlada pelo grupo Vicunha, do empresário Benjamin Steinbruch. O dinheiro será dividido em três partes. A primeira, no valor de R$ 100 milhões, deverá ser liberada nas próximas duas semanas. Será um empréstimo direto do BNDES à CFN para investimentos em obras de recuperação da malha ferroviária.
Os recursos serão investidos na recuperação de equipamentos, modernização operacional e em consertos de trechos danificados da malha ferroviária nordestina. A malha do Nordeste era parte da RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.) e tinha 4.534 quilômetros quando foi privatizada, em 1997.
Também sairão do BNDES outros R$ 120 milhões, na forma de capitalização da Transnordestina S.A., empresa cujo controle é da CFN (95%), com uma pequena participação do BNDES (5%).
Segundo Rômulo Martins Santos, chefe do Departamento de Logística do banco, esse dinheiro será aplicado na recuperação de um trecho de 595 quilômetros que liga Recife a Salgueiro (PE).
A outra parcela, de R$ 1 bilhão, será empregada pela União para construir a ferrovia Transnordestina, um projeto considerado prioritário pelo governo Lula. Depois de pronta, a ferrovia será entregue à empresa de Steinbruch para que esta cuide da operação.
Segundo Santos, isso já estava previsto no contrato de concessão firmado quando a malha nordestina foi privatizada.


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