São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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Berzoini diz que hora extra pode ser limitada

DO "AGORA"

O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, disse ontem que pode limitar a utilização de horas extras por empresas se isso atrapalhar a criação de empregos.
Uma pesquisa divulgada anteontem pelo Fundação Seade e pelo Dieese mostrou que a proporção de trabalhadores que fazem hora extra subiu de 40,2% em julho para 43,7% em agosto na região metropolitana de São Paulo.
O mesmo levantamento apontou que 50,6% dos trabalhadores assalariados na indústria da região metropolitana de São Paulo fizeram hora extra, ante 40,5% em julho. Isso significou o maior percentual desde o início do ano passado.
No mesmo período, a indústria gerou apenas 4.000 vagas -um crescimento de apenas 0,3% em agosto sobre julho. Isso pode significar que, num primeiro momento de retomada econômica, as empresas podem estar intensificando as horas extras (jornada acima de 44 horas por semana) dos empregados, ao invés de abrir novos postos de trabalho.
Em julho, por exemplo, não houve ampliação de quadro de funcionários da indústria paulista.
Dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) indicam que a atividade industrial paulista cresceu 10,4% em agosto sobre igual mês do ano passado e 1,8% na comparação com julho.
Segundo Berzoini, hoje já existe um limite máximo de extensão da jornada de duas horas por dia ou o que estabelecer o acordo coletivo de determinadas categorias, que pode ser reduzido até a metade. "Se virmos que é uma tendência generalizada de utilizar horas extras ao invés de contratar, vamos propor uma medida legislativa que tenha o sentido de restringir e reduzir a utilização desse recurso", disse Berzoini.
Os empresários ainda não começaram a contratar pela falta de confiança, na opinião do ministro. Para ele, ainda há a idéia de que o crescimento do país não é sustentado.
Berzoini firmou ontem um convênio com a Nestlé e com a GRSA no programa Primeiro Emprego (estímulo à contratação de jovens).
As duas empresas se comprometeram a criar 600 vagas de estágio a cada seis meses para resultarem, até 2006, em ao menos 2.000 efetivações.


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