DA REPORTAGEM LOCAL

O número de fusões e aquisições de empresas cresceu 20% nos três primeiros trimestres deste ano em relação a igual período de 2003, totalizando 199 transações. Os dados são da pesquisa trimestral da KPMG Corporate Finance, que projeta um total de 280 negócios neste ano. Só no terceiro trimestre houve 76 negócios, volume 15% superior ao do período imediatamente anterior.
Apesar do crescimento, o movimento deste ano ficará abaixo do de 1999, o pior já registrado pela consultoria, quando foram realizadas 309 operações. Segundo Márcio Lutterbach, sócio da KPMG, só no ano que vem haverá uma virada nesse quadro.
A estimativa da empresa é que ocorram 320 operações em 2005, voltando a um patamar semelhante ao de 2001, quando foram fechados 340 negócios. "O crescimento econômico e as PPPs [ Parcerias Público-Privadas] deverão atrair investimentos e impulsionar processos de fusão e aquisição de empresas", diz Lutterbach.
Segundo ele, os setores que deverão atrair mais investimentos são os de bens de consumo durável e não-durável. "A recuperação da renda dos trabalhadores e o aumento do consumo serão a mola desse processo", diz ele.
O impacto da recuperação da renda já se fez sentir no terceiro trimestre deste ano, com o aumento do número de fusões e aquisições no setor de alimentos -14 no total. "O setor ficou atrativo, e a maioria das transações envolveu uma marca forte local."
Outra característica da retomada dos negócios em um cenário econômico de estabilidade, segundo Lutterbach, é o aumento do investimento externo.
Das 199 transações realizadas neste ano, 59 foram aquisições de empresas nacionais por outra de capital estrangeiro. Houve ainda 62 compras de empresas de capital estrangeiro sediada no país por outra estrangeira. Em 2002, por exemplo, 63% das aquisições foram feitas por companhias nacionais. (SANDRA BALBI)


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