São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2006

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Meirelles minimiza desencontro de previsões do PIB no governo

Lula Marques - 29.ago.06/Folha Imagem
O presidente do BC, Henrique Meirelles, que esteve em SP


DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que é "normal" que órgãos do governo tenham diferentes estimativas para a alta do PIB. Na quinta, após o BC revisar de 4% para 3,5% sua previsão para 2006, o ministro Guido Mantega (Fazenda) declarou que não foi avisado da revisão e reafirmou esperar alta de 4%.
Ontem, em São Paulo, Meirelles afirmou que os órgãos trocam informações, mas são "independentes". "O que certamente existe é uma grande troca de informações, agora são órgãos independentes, está certo? Isto é, o Ministério do Planejamento tem sua projeção, o Ministério da Fazenda tem sua projeção, o BC tem a sua projeção, outros órgãos do governo, como o Ipea, têm a sua projeção, que não necessariamente são coincidentes."
Ele declarou que o mesmo ocorre no setor privado. "É normal que diversos analistas, diversas organizações, do governo ou do setor privado, tenham estimativas diferentes. Estamos todos procurando acertar", disse em evento do mercado financeiro.
Questionado se conversou sobre o tema com Mantega, ele negou, mas disse que o diálogo de ambos é "constante".
Segundo Meirelles, o PIB do segundo trimestre foi prejudicado pela Copa do Mundo, a greve de auditores da Receita Federal, que reduziu o volume exportado, e os episódios de violência em São Paulo. "São perdas não necessariamente compensáveis em trimestres posteriores, o que faz com que essa perda do segundo trimestre, apesar de não significar uma tendência de maneira nenhuma, significa uma perda não recuperada."
Para Meirelles, o fato de a inflação projetada para este ano se aproximar do piso da meta não é um problema e só reforça o sucesso da política monetária. A revisão para baixo da previsão de crescimento da economia, com a possibilidade de a inflação vir abaixo do piso da meta, rendeu críticas de que o BC errou na dose na condução da política monetária. "O normal em qualquer país do mundo é que a inflação orbite em torno do centro da meta."
O presidente do BC também foi questionado sobre se ser chamado de conservador é crítica ou elogio. "Os BCs do mundo inteiro consideram que ser chamado de conservador é elogio", afirmou, bem-humorado.


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