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Meirelles minimiza desencontro de previsões do PIB no governo
Lula Marques - 29.ago.06/Folha Imagem
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O presidente do BC, Henrique Meirelles, que esteve em SP |
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse
que é "normal" que órgãos do
governo tenham diferentes estimativas para a alta do PIB. Na
quinta, após o BC revisar de 4%
para 3,5% sua previsão para
2006, o ministro Guido Mantega (Fazenda) declarou que não
foi avisado da revisão e reafirmou esperar alta de 4%.
Ontem, em São Paulo, Meirelles afirmou que os órgãos trocam informações, mas são "independentes". "O que certamente existe é uma grande troca de informações, agora são
órgãos independentes, está
certo? Isto é, o Ministério do
Planejamento tem sua projeção, o Ministério da Fazenda
tem sua projeção, o BC tem a
sua projeção, outros órgãos do
governo, como o Ipea, têm a sua
projeção, que não necessariamente são coincidentes."
Ele declarou que o mesmo
ocorre no setor privado. "É
normal que diversos analistas,
diversas organizações, do governo ou do setor privado, tenham estimativas diferentes.
Estamos todos procurando
acertar", disse em evento do
mercado financeiro.
Questionado se conversou
sobre o tema com Mantega, ele
negou, mas disse que o diálogo
de ambos é "constante".
Segundo Meirelles, o PIB do
segundo trimestre foi prejudicado pela Copa do Mundo, a
greve de auditores da Receita
Federal, que reduziu o volume
exportado, e os episódios de
violência em São Paulo. "São
perdas não necessariamente
compensáveis em trimestres
posteriores, o que faz com que
essa perda do segundo trimestre, apesar de não significar
uma tendência de maneira nenhuma, significa uma perda
não recuperada."
Para Meirelles, o fato de a inflação projetada para este ano
se aproximar do piso da meta
não é um problema e só reforça
o sucesso da política monetária. A revisão para baixo da previsão de crescimento da economia, com a possibilidade de a
inflação vir abaixo do piso da
meta, rendeu críticas de que o
BC errou na dose na condução
da política monetária. "O normal em qualquer país do mundo é que a inflação orbite em
torno do centro da meta."
O presidente do BC também
foi questionado sobre se ser
chamado de conservador é crítica ou elogio. "Os BCs do mundo inteiro consideram que ser
chamado de conservador é elogio", afirmou, bem-humorado.
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