São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Siderúrgica alemã lança projeto de US$ 3,6 bi no país

Parceira da ThyssenKrupp com a Vale do Rio Doce, usina entra em operação em 2009

Produção será inteiramente voltada para a exportação; alemães também anunciam a intenção de comprar a canadense Dofasco


JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A ThyssenKrupp e a Vale do Rio Doce celebraram ontem no Rio o início das obras da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), um projeto orçado em US$ 3,6 bilhões e que inclui a construção de uma usina siderúrgica, uma coqueria, dois altos-fornos e instalações portuárias. A ThyssenKrupp detém 90% de participação no projeto, o maior investimento da empresa fora da Alemanha. A da Vale é de 10%.
O presidente Lula foi representado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan. Ele destacou a perspectiva de faturamento do projeto, de US$ 2 bilhões por ano a partir da entrada em operação, prevista para março de 2009.
O projeto vai gerar 3.000 empregos diretos e dez mil indiretos. A ThyssenKrupp já começou a recrutar engenheiros, que serão treinados na Alemanha. A usina siderúrgica vai produzir 5 milhões de toneladas de placas de aço. A produção será destinada integralmente à exportação: 2 milhões de toneladas serão enviadas para processamento na Alemanha e 3 milhões de toneladas irão para a região do Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), que inclui Canadá, México e EUA.
A logística foi fator decisivo para a escolha do local da usina, próxima do porto de Sepetiba e da ferrovia. A Vale vai fornecer 8 milhões de toneladas por ano de minério de ferro.
O presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, disse que o projeto deve servir de exemplo pela integração com os governos. "É preciso pensar no longo prazo, a indústria siderúrgica brasileira tem que se atrelar a grandes mercados como o europeu e o americano", disse.
De acordo com o presidente do conselho de administração da ThyssenKrupp CSA, Hans-Ulrich Lindenberg, a siderúrgica vai aumentar a capacidade de aço bruto para abastecer o mercado europeu.
Os planos da ThyssenKrupp não se limitam ao Brasil. Ela pretende fechar acordo com a Arcelor Mittal para comprar a canadense Dofasco, com valor estimado em 3,8 bilhões de euros (ou US$ 4,83 bilhões). A empresa pretende adquirir ainda uma fábrica na costa dos Estados Unidos.
Desde que o projeto da CSA foi idealizado, os custos tiveram alta significativa com a apreciação do real. O presidente da ThyssenKrupp Steel, Karl-Ulrich Köhler, minimizou o impacto e afirmou que parte significativa da receita será em dólar, em razão do minério de ferro e das exportações. A empresa pretende obter isenção do imposto de importação de produtos para altos-fornos e negocia com o governo.


Texto Anterior: Telmex pode recomprar ação da Embratel
Próximo Texto: Ritmo: Índia cresce 8,9%, e BC pode elevar juros
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.