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Siderúrgica alemã lança projeto de US$ 3,6 bi no país
Parceira da ThyssenKrupp com a Vale do Rio Doce, usina entra em operação em 2009
Produção será inteiramente voltada para a exportação; alemães também anunciam a intenção de comprar a canadense Dofasco
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A ThyssenKrupp e a Vale do
Rio Doce celebraram ontem no
Rio o início das obras da CSA
(Companhia Siderúrgica do
Atlântico), um projeto orçado
em US$ 3,6 bilhões e que inclui
a construção de uma usina siderúrgica, uma coqueria, dois
altos-fornos e instalações portuárias. A ThyssenKrupp detém 90% de participação no
projeto, o maior investimento
da empresa fora da Alemanha.
A da Vale é de 10%.
O presidente Lula foi representado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan.
Ele destacou a perspectiva de
faturamento do projeto, de US$
2 bilhões por ano a partir da entrada em operação, prevista para março de 2009.
O projeto vai gerar 3.000 empregos diretos e dez mil indiretos. A ThyssenKrupp já começou a recrutar engenheiros, que
serão treinados na Alemanha.
A usina siderúrgica vai produzir 5 milhões de toneladas de
placas de aço. A produção será
destinada integralmente à exportação: 2 milhões de toneladas serão enviadas para processamento na Alemanha e 3 milhões de toneladas irão para a
região do Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do
Norte), que inclui Canadá, México e EUA.
A logística foi fator decisivo
para a escolha do local da usina,
próxima do porto de Sepetiba e
da ferrovia. A Vale vai fornecer
8 milhões de toneladas por ano
de minério de ferro.
O presidente da Vale do Rio
Doce, Roger Agnelli, disse que o
projeto deve servir de exemplo
pela integração com os governos. "É preciso pensar no longo
prazo, a indústria siderúrgica
brasileira tem que se atrelar a
grandes mercados como o europeu e o americano", disse.
De acordo com o presidente
do conselho de administração
da ThyssenKrupp CSA, Hans-Ulrich Lindenberg, a siderúrgica vai aumentar a capacidade
de aço bruto para abastecer o
mercado europeu.
Os planos da ThyssenKrupp
não se limitam ao Brasil. Ela
pretende fechar acordo com a
Arcelor Mittal para comprar a
canadense Dofasco, com valor
estimado em 3,8 bilhões de euros (ou US$ 4,83 bilhões). A
empresa pretende adquirir ainda uma fábrica na costa dos Estados Unidos.
Desde que o projeto da CSA
foi idealizado, os custos tiveram alta significativa com a
apreciação do real. O presidente da ThyssenKrupp Steel,
Karl-Ulrich Köhler, minimizou
o impacto e afirmou que parte
significativa da receita será em
dólar, em razão do minério de
ferro e das exportações. A empresa pretende obter isenção
do imposto de importação de
produtos para altos-fornos e
negocia com o governo.
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