São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2008

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Obama pede calma à população, e McCain culpa rival pelo fracasso na votação

DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

O fracasso da votação do pacote de socorro a Wall Street incendiou ontem a campanha presidencial norte-americana, com o democrata Barack Obama pedindo "calma" para a população e o republicano John McCain culpando o concorrente pelo resultado.
Mesmo que os legisladores republicanos é que tenham votado em maioria pela rejeição do projeto (65 foram favoráveis e 133 contra; entre os democratas, foram 140 a favor e 95 contrários), McCain tentou colocar a derrota na conta do rival.
O candidato da situação disse que o número de votos contrários foi alto entre os democratas, que costumam aceitar com mais facilidade intervenções na economia, ao contrário dos republicanos, que demonstravam mais resistência ao plano.
"Barack Obama falhou em liderar", disse nota da campanha de McCain, que também afirmou que "o projeto fracassou porque Barack Obama e os democratas colocaram a política à frente do partido".
McCain diz que o placar só não foi arrasador porque conseguiu convencer parte dos republicanos da importância do pacote e tenta emplacar a idéia de que Obama torce pela crise, por ela ser favorável a sua candidatura. De fato, é. Obama é apontado em pesquisas como mais preparado para lidar com a questão, que é a principal preocupação dos eleitores.

Constrangimento
Obama aparentou ter sido pego de surpresa pela reprovação do pacote. Antes de subir ao palco em evento no Estado do Colorado, sua assessoria de imprensa havia distribuído cópia do discurso que proferiria comemorando a união dos partidos em torno da aprovação.
O candidato acabou se atrasando 50 minutos para falar -argumentou que estava ao telefone com o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e líderes do Legislativo - e declarou: "É importante que o povo americano e os mercados fiquem calmos -porque as coisas no Congresso nunca acontecem sem dificuldade- e entendam que o pacote será aprovado. Vamos nos certificar de que um pacote de emergência seja feito, porque precisamos dele para estabilizar os mercados".
Obama, que é senador por Illinois, e McCain, que foi eleito para o mesmo cargo pelo Arizona, dizem que deverão votar favoravelmente ao projeto se este chegar as suas mãos, mas balizam com cuidado essa defesa. A cinco semanas das eleições, e com projeção de disputa muito acirrada, ambos dizem que o socorro não é para Wall Street, mas para conter efeitos drásticos da crise na economia no "mundo real".


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