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Obama pede calma à população, e McCain culpa rival pelo fracasso na votação
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
O fracasso da votação do pacote de socorro a Wall Street
incendiou ontem a campanha
presidencial norte-americana,
com o democrata Barack Obama pedindo "calma" para a população e o republicano John
McCain culpando o concorrente pelo resultado.
Mesmo que os legisladores
republicanos é que tenham votado em maioria pela rejeição
do projeto (65 foram favoráveis
e 133 contra; entre os democratas, foram 140 a favor e 95 contrários), McCain tentou colocar a derrota na conta do rival.
O candidato da situação disse
que o número de votos contrários foi alto entre os democratas, que costumam aceitar com
mais facilidade intervenções na
economia, ao contrário dos republicanos, que demonstravam mais resistência ao plano.
"Barack Obama falhou em liderar", disse nota da campanha
de McCain, que também afirmou que "o projeto fracassou
porque Barack Obama e os democratas colocaram a política à
frente do partido".
McCain diz que o placar só
não foi arrasador porque conseguiu convencer parte dos republicanos da importância do
pacote e tenta emplacar a idéia
de que Obama torce pela crise,
por ela ser favorável a sua candidatura. De fato, é. Obama é
apontado em pesquisas como
mais preparado para lidar com
a questão, que é a principal
preocupação dos eleitores.
Constrangimento
Obama aparentou ter sido
pego de surpresa pela reprovação do pacote. Antes de subir ao
palco em evento no Estado do
Colorado, sua assessoria de imprensa havia distribuído cópia
do discurso que proferiria comemorando a união dos partidos em torno da aprovação.
O candidato acabou se atrasando 50 minutos para falar
-argumentou que estava ao telefone com o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e líderes
do Legislativo - e declarou: "É
importante que o povo americano e os mercados fiquem calmos -porque as coisas no Congresso nunca acontecem sem
dificuldade- e entendam que o
pacote será aprovado. Vamos
nos certificar de que um pacote
de emergência seja feito, porque precisamos dele para estabilizar os mercados".
Obama, que é senador por
Illinois, e McCain, que foi eleito para o mesmo cargo pelo
Arizona, dizem que deverão votar favoravelmente ao projeto
se este chegar as suas mãos,
mas balizam com cuidado essa
defesa. A cinco semanas das
eleições, e com projeção de disputa muito acirrada, ambos dizem que o socorro não é para
Wall Street, mas para conter
efeitos drásticos da crise na
economia no "mundo real".
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