São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 2002

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EM TRANSE

Debilidade econômica e temor de guerra contra o Iraque derrubam o sentimento do consumidor americano

Nos EUA, confiança é a menor em 9 anos

DA REDAÇÃO

O medo de perder o emprego e o temor de um ataque militar contra o Iraque atingiriam a confiança do norte-americano na economia do país. O índice de confiança do consumidor caiu ao nível mais baixo em nove anos, o que derrubou os principais mercados internacionais.
Segundo o Conference Board, instituto privado de pesquisado com sede em Nova York, o índice de confiança sofreu uma queda de 15%, recuando de 93,7 pontos, no mês passado, para 79,4 pontos. Com o tombo, o indicador recuou ao pior nível desde novembro de 1993. A queda, a quarta consecutiva e a mais severa desde os ataques de 11 de setembro, foi bem mais intensa do que previam os analistas de Wall Street.
"O mercado de trabalho fraco, a ameaça de uma ação militar no Iraque e a prolongada queda nas Bolsas deprimiram, de maneira evidente, a confiança dos consumidores e as expectativas dele com relação ao futuro", afirmou, em um comunicado, a economista Lynn Franco, diretora de pesquisa do Conference Board.
Cresce entre os analistas a expectativa de que, ante a deterioração dos indicadores, o Federal Reserve (banco central) fará um corte nos juros em sua reunião da próxima semana. Para alguns economistas, como Stephen Roach, do banco Morgan Stanley, dificilmente os EUA escaparão de um segundo mergulho recessivo, antes de recuperar o antigo ritmo de crescimento.
O consumo é o principal motor da economia norte-americana, responsável por cerca de dois terços do PIB (Produto Interno Bruto). Com a confiança abalada, a população tende a fechar o bolso e gastar menos, o que se reflete na atividade econômica.
"Os números assustaram o mercado. É cada vez mais difícil imaginar que o consumo irá se sustentar", disse Hugh Johnson, diretor de investimentos do banco First Albany. "Não são bons números."
O Dow Jones permaneceu quase todo o dia no vermelho, antes de fechar estável, com avanço de 0,01%. A Nasdaq caiu 1,16%, e o Standard & Poor's 500 recuou 0,91%. Na Europa, as quedas foram mais expressivas. Frankfurt caiu 5,53%, Paris perdeu 4,49% e Londres cedeu 3,78%.
Ainda nesta semana, serão divulgados dois importantes indicadores, que deverão influenciar os investidores e autoridades monetárias. Amanhã sairá a primeira estimativa sobre o desempenho do PIB no terceiro trimestre. Na sexta-feira, será divulgada a taxa de desemprego.


Com agências internacionais

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