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VÔO DA ÁGUIA
Alta de 3,7% foi maior que a do 2º trimestre, mas analistas previam até 5%; gastos das famílias cresceram 4,6%
Consumo eleva PIB americano, mas abaixo do esperado
DA REDAÇÃO
A economia norte-americana
cresceu 3,7%, a uma taxa anualizada, no terceiro trimestre deste
ano. Influenciado principalmente
pelo consumo das famílias, o resultado representa um aumento
no ritmo de crescimento da maior
economia mundial. Analistas, no
entanto, esperavam uma alta
maior, de até 5%.
O crescimento do PIB (Produto
Interno Bruto) dos EUA supera os
3,3% do registrados no trimestre
passado, informou o Departamento de Comércio ontem.
A alta do PIB norte-americano
foi impulsionada, sobretudo, pelo
incremento dos gastos das famílias, que respondem por dois terços do PIB. No trimestre, o aumento foi de 4,6%, contra 1,6% no
segundo trimestre. Segundo economistas, os incentivos dados à
indústria automobilística ajudaram a elevar as vendas. Os gastos
com esse tipo de produto subiram
16,8 % no trimestre, comparado
com 0,3% no período anterior.
A inflação do período também
contribuiu para um resultado positivos no consumo famílias. A taxa do trimestre foi de 1,1%. Já a do
segundo trimestre foi de 2,1%.
O cenário indica que há menos
pressões inflacionárias sobre a decisão do Fed (banco central dos
EUA) de aumentar mais uma vez
os juros no país. O índice preferido pela instituição recuou de 1,7%
para 0,7% neste trimestre.
Com a economia nos trilhos, a
perspectiva é que o comando do
banco continue com o movimento de elevação das taxas dos níveis
extremamente baixos para amainar os riscos de inflação.
Segundo analistas, o desempenho da economia não foi melhor
devido ao grande déficit comercial do país -a balança comercial
americana ficou negativa em US$
54 bilhões em agosto. O déficit
impediu um aumento de 0,62
pontos percentuais de aumento.
Também contribuiu negativamente para o resultado a redução
dos investimentos das indústrias
na formação de estoques, que impediram o PIB de crescer 0,48 %.
Os gastos do governo cresceram
1,4%, abaixo dos 2,2% registrados
no trimestre anterior.
"A economia está no meio da linha. Nós não estamos muito rápidos nem estamos desacelerando",
afirmou Richard Yamarone",
economista-chefe da Argus Research Corporation.
Eleições
Os números poderão dar munição a ambos os lados da disputa
presidencial. O secretário do Tesouro, John Snow, disse que a administração sentia-se "encorajada pela boa performance da economia americana". A campanha
do opositor John Kerry denuncia
que "o desempenho foi decepcionante para classe média e ficou
abaixo das expectativas".
Outros dados da economia norte-americana, divulgados ontem,
mostraram que os gastos dos trabalhadores cresceram na mesma
taxa do trimestre anterior, 0,9%.
Apesar do crescimento econômico, a recuperação do nível de
emprego segue lenta. Foram criados um milhão de empregos desde o ano passado, mas 820 mil trabalhadores perderam o emprego
desde 2001.
Dados do Departamento de
Trabalho dos EUA indicam que a
elevação dos custos de benefícios
sociais concedidos pelos empregadores possam impedir as empresas de contratar.
Os custos desses benefícios
cresceram 6,8% neste trimestre,
abaixo do registrado em no segundo trimestre, mas indicam dificuldades para as empresas.
"Benefícios mais altos, de pensões e planos de saúde continuam
um grande problemas para os
empregadores", disse Rakesh
Shankar, analista da consultoria
Economy.com.
Por enquanto, a economia ainda não sentiu os efeitos do aumento dos preços da energia, que
serão uma nova preocupação para o crescimento dos EUA.
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