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Preocupada, China anuncia 2º corte da taxa no mês
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
O Banco Central chinês
anunciou ontem um novo corte
de 0,27 pontos percentuais na
taxa de juros. A taxa de empréstimos para um ano cai hoje de
6,93% para 6,66%.
É o segundo corte em menos
de um mês, o que confirma a
preocupação do governo chinês
com a desaceleração de sua
economia e com a crise global.
O corte anterior foi em 8 de
outubro, no mesmo valor. Em
setembro, logo após o colapso
do banco Lehman Brothers, o
BC chinês cortou 0,25 ponto.
"Reflete a preocupação do
governo no esfriamento da economia e outros problemas domésticos, além do aprofundamento da crise de crédito mundial", disse a economista Tang
Min, vice-secretária da Fundação de Pesquisa em Desenvolvimento da China, à agência estatal Xinhua.
O PIB chinês cresceu 9,9%
entre janeiro e setembro deste
ano em relação ao ano passado,
2,3 pontos percentuais a menos
que no mesmo período de
2007. Por conta da menor demanda nos principais mercados da China (Europa e EUA) e
da crise imobiliária, o PIB chinês cresceu 9% no último trimestre -pela primeira vez em
cinco anos, ficou abaixo de 10%.
Projeções de bancos privados
apontam que a economia chinesa crescerá 7,9% em 2009, o
pior número desde 2000, ainda
que seja a melhor das previsões
de crescimento entre as maiores economias do mundo para o
ano que vem.
Confiança em queda
Tang Min afirmou, ainda,
que a medida também visa reconstruir a confiança do público, após sucessivas quedas nas
bolsas de Xangai e Hong Kong,
e na crise do setor imobiliário.
Em 2008, a Bolsa de Xangai
chegou a cair 66%.
A crise afeta os três setores
que mais geram empregos na
China - campo, exportações e
construção civil.
O Centro de Pesquisa em Desenvolvimento do Conselho de
Estado prevê que a renda dos
agricultores não cresça mais de
7% em 2008, dois pontos abaixo do objetivo do governo, graças à queda nos preços de produtos agrícolas.
Cerca de 10 mil fábricas têxteis e de brinquedos para exportação fecharam nos primeiros nove meses deste ano.
A venda de apartamentos
caiu entre 50% e 60% nas três
maiores cidades chinesas no
primeiro semestre deste ano.
Na semana passada, a China
anunciou uma série de políticas
para reanimar a venda de imóveis, como a isenção de taxas e a
redução de depósitos hipotecários. As novas medidas reduzem de 30% para 20% a exigência de depósito inicial para a
obtenção de créditos hipotecários para quem quiser comprar
o primeiro imóvel.
Os bancos só podem cobrar
70% da taxa de juros padrão
nesses créditos. Quem comprar
a primeira casa própria também tem o imposto de transação imobiliária reduzido dos
3% a 5% atuais a 1%, se o imóvel
for menor que 90 m2.
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